Em dia de manutenção da meta de déficit zero, Bolsa sobe mais de 1%
Em volta de feriado, a Bolsa de Valores renovou o seu maior patamar em dois anos nesta quinta-feira (16). O Ibovespa fechou em alta de 1,19%, a 124.639 pontos, maior patamar desde 29 de julho de 2023, segundo dados da CMA.
Na sessão, investidores repercutiram a manutenção da meta de déficit zero em 2024 pelo governo federal e dados mais fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Na manhã desta quinta, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que a equipe econômica irá manter o objetivo trazer o déficit primário para patamar próximo de zero em 2024.
Já o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), disse que seu relatório trará meta de déficit primário zero em 2024 e que o governo mantém este objetivo para o ano que vem.
Apesar das sinalizações sobre a manutenção da meta, o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, disse em comentário enviado a clientes que o governo "tem pouca disposição para controlar as despesas, mas dificilmente escapará de fazer algum grau de contingenciamento, sob risco de desmoralizar completamente o arcabouço que ele mesmo promoveu".
O dólar, que operou em queda pela manhã, virou para leve alta acompanhando a cotação internacional da moeda e fechou com ganhos de 0,16%, a R$ 4,8697.
"De manhã, o dólar caiu bem, mas importadores apareceram comprando", disse Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.
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Em Wall Street, o viés foi misto. O Dow Jones caiu 0,13%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq subiram 0,12% e 0,07%, respectivamente.
Na véspera, foi divulgado que as vendas no varejo nos EUA caíram 0,1% em outubro, ante alta de 0,9% em setembro, e que o PPI (índice de preços ao produtor para a demanda final, na sigla em inglês) caiu 0,5% em outubro, a maior queda desde abril de 2023.
Nesta quinta, o governo americano informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 13 mil na semana encerrada em 11 de novembro, para 231 mil em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 220 mil pedidos para a última semana.
Um mercado de trabalho menos pujante pode aliviar a alta de preços e abrir espaço para o Fed (banco central americano) cortar juros mais cedo do que se imaginava.
Atualmente, a taxa básica americana está na faixa de 5,25% a 5,50%, a maior desde 2001. Investidores apostam que ela deve permanecer estável até maio, quando começaria a ceder.
Essa percepção foi fortalecida pela divulgação da inflação de outubro no país. Os preços acumularam alta de 3,2% em 12 meses, ante 3,7% em setembro. O mercado esperava que o indicador viesse ligeiramente maior, em 3,3%.
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Os juros futuros voltaram a cair nesta quinta, em sintonia com o fechamento da curva de juros nos EUA, depois da divulgação de novos dados do mercado de trabalho americano e com a indicação de que o governo Lula manterá a meta de resultado primário zero para 2024.
O juro para janeiro de 2025 caiu para 10,50%, ante 10,55% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2026 foi para 10,19%, ante 10,28%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 fechou em 10,32%, ante 10,41%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 ficou em 10,56%, ante 10,65%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,97%, ante 11,02%.
Já o rendimento do treasury (título do Tesouro americano de dez anos) —referência global para decisões de investimento— caiu de 4,53% para 4,45%.
As varejistas impulsionam a alta desta quinta no Ibovespa. O setor é um dos principais beneficiários da queda de juros futuros, pois ela tende a baratear o consumo.
As ações da Casas Bahia subiram 13,46%, para R$ 0,59 cada uma. Já os papéis Magazine Luiza se valorizaram 24,43%, a R$ 2,19.
Os papéis das Americanas, que não fazem parte do Ibovespa, subiram 6,25%, a R$ 0,85, após divulgação do balanço de 2022 e do plano de negócios para os próximos anos.
Os preços internacionais do petróleo bruto fecharam em forte queda nesta quinta, em função de sinais de maior estoque nos EUA e expectativas de demanda fraca na China.
A EIA (Administração de Informações sobre Energia dos EUA, na sigla em inglês) disse que os estoques do país aumentaram em 3,6 milhões de barris na semana passada, para 421,9 milhões de barris, muito acima das expectativas de analistas em uma pesquisa da Reuters.
O barril de Brent (referência para o óleo) cedeu 4,63%, a US$ 77,42. O WTI (referência nos EUA) recuou 4,82%, a US$ 73,09.
As ações da Petrobras perderam 1,74%, a R$ 35,55.
Com informações da Reuters
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