Contra evidências científicas, médico eleito ao CFM em SP diz que vacinas da Covid não têm eficácia
O infectologista Francisco Cardoso, 45, eleito conselheiro titular do CFM (Conselho Federal de Medicina) pelo estado de São Paulo nesta quarta-feira (7), nega a eficácia da vacina da Covid, do uso de máscaras para combater a disseminação do vírus, é contra o aborto após 22 semanas e o programa Mais Médicos.
Apesar de manter posição já manifestada durante o auge da pandemia, diz defender a eficácia de outros imunizantes, e que tem "mais vacina no braço do que muitos dos brasileiros".
"Sou visto muitas vezes como inimigo da ciência. Nada mais falso. Eu não sou inimigo da ciência, eu não sou inimigo dos progressistas, eu só acho que tem uma área relevante da sociedade que pensa diferente e que ela tem que ser ouvida, ela não tem que ser criminalizada", diz o médico à Folha.
Ele também questiona a segurança da vacinação contra Covid em crianças de 0 a 5 anos. O Ministério da Saúde recomenda a imunização a partir dos 6 meses. "Tem vários estudos publicados em notas técnicas do Ministério da Saúde e da Anvisa, porém esses estudos não são de comprovação científica máxima", disse em vídeo publicado em redes sociais.
A pasta reforça a eficácia e segurança da vacina, conforme dados de ensaios clínicos e da aplicação do imunizante em diversos países, e afirma que "a ampliação da vacinação para esta faixa etária possibilita maior segurança aos pais cujas crianças frequentam berçários, escolas e ambientes externos".
Todas as vacinas aplicadas no Brasil foram aprovadas pela Anvisa. Apesar de terem diferenças entre si, são capazes de reduzir o risco de desenvolver Covid grave e de morrer em decorrência da doença. Todas as etapas de testes clínicos de eficácia, segurança e registro foram seguidos conforme determinam autoridades sanitárias por todo o mundo.
Cardoso é formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e especialista pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência na área. Também é vice-presidente da ANMP (Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais), cargo pelo qual é investigado pelo Ministério da Previdência por suposta atuação do CFM a fim de beneficiar a associação.
Ciência, hábitos e prevenção numa newsletter para a sua saúde e bem-estar
"O Ministério da Previdência basicamente quer que os médicos peritos sejam proibidos de poder recorrer ao CFM. O nome disso é censura", disse ele sobre o caso em entrevista anterior ao pleito.
O médico questiona a credibilidade e autoridade do Ministério da Saúde e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), afirmando que suas decisões não são baseadas em evidências. Diz ainda que estudos alternativos, mesmo com evidências fracas ou moderadas, podem ser usados no exercício da medicina.
Para ele, as autoridades erraram em "forçar" a vacinação e se posicionar contra a prescrição de remédios como a ivermectina e hidroxicloroquina para o tratamento da Covid. Reconhece, porém, que os medicamentos são comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. "A tentativa de proibir um médico de prescrever uma droga é sufocar o exercício da medicina."
Um estudo brasileiro padrão-ouro de 2022 demonstrou que a ivermectina não funciona contra a Covid. Já a hidroxicloroquina é discutida em mais de 2.500 artigos científicos, que mostraram que a droga não é eficaz para combater o vírus.
O que você está lendo é [Contra evidências científicas, médico eleito ao CFM em SP diz que vacinas da Covid não têm eficácia].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments