Apple gastou 10 mil milhões num projeto automóvel falhado e pensou comprar a Tesla

A Apple gastou cerca de mil milhões de dólares por ano no seu projeto automóvel antes de o cancelar no mês passado, de acordo com um relatório da Bloomberg. Antes de pensar em ter o seu próprio projeto, a Apple considerou comprar a Tesla. Mas, o projeto não pareceu ambicioso para a gigante de Cupertino!

Ilustração de como poderia ser um Tesla com marca Apple

A Apple, 💥️em 10 anos, gastou cerca de 10 mil milhões de dólares, naquele que seria o seu carro elétrico, com tecnologia de condução autónoma. A empresa tem ainda um grande portefólio de patentes para a indústria automóvel, mas tudo parece ter acabado numa tentativa falhada.

O projeto, que aparentemente fazia tão pouco sentido para muitos dentro da Apple, assim como para observadores externos, começou em 2014, 💥️quando a gigante da tecnologia procurou um novo fluxo de receitas para complementar os seus negócios de hardware e software. Mas os grandes planos para um veículo totalmente autónomo nunca foram capazes de ultrapassar os vários desafios técnicos e os protótipos apenas funcionaram numa pista de testes fechada.

Apple não quis comprar a Tesla

Durante o seu mandato como CEO, o falecido Steve Jobs contemplou a entrada da Apple no mundo automóvel, uma ideia que não sobreviveu à crise financeira global de 2008. Mas em 2013, os executivos da Apple pensaram que este poderia ser "mais um exemplo de como a Apple entrou num mercado muito tarde e o destruiu".

Inicialmente, a empresa considerou simplesmente adquirir a Tesla - na altura, o fabricante de automóveis em fase de arranque valia pouco menos de 28 mil milhões de dólares, uma fração do lucro anual que a Apple estava a obter na altura.

Sugere-se que a saída de Musk da Tesla foi um ponto de atrito, e as negociações terminaram. Mais tarde, em 2017, Musk aparentemente tentou interessar a Apple na compra da Tesla, que na época estava atolada no "inferno de produção" do Model 3. Contudo, Musk poderá ter feito exigências que não eram de todo aceitáveis para a gigante de Cupertino. Segundo é referido, o atual CEO da Apple, Tim Cook, recusou a reunião.

Projeto Titan "implodiu"

Com a compra da Tesla fora de questão, em 2014 a Apple decidiu criar o seu próprio programa de I&D automóvel, conhecido internamente como Projeto Titan.

Quase imediatamente, o Projeto Titan foi motivo de discussões no seio da Apple. O diretor financeiro da empresa, Luca Maestri, não era um fã; tendo vindo do braço europeu da General Motors, Maestri estava demasiado familiarizado com as baixas margens de lucro dos fabricantes de automóveis. O principal engenheiro de software da Apple, Craig Federighi, e o seu principal designer, Jony Ive, também eram céticos.

Mas parece que 💥️a tentação de um veículo totalmente autónomo (nível 5), capaz de conduzir em qualquer lugar sem um humano ao volante, era demasiado tentadora para ser ignorada.

Em 2015, o plano era lançar um veículo elétrico da Apple no mercado até 2023 e, com Ive no comando do estilo, esse veículo estava destinado a ser um monovolume. Tendo em conta algumas das ideias que a Apple experimentou, não é de admirar que a gestação do Projeto Titan se tenha revelado problemática - ecrãs tácteis que se desdobram do tejadilho como controladores e microfones externos para captar sons exteriores, para citar apenas dois exemplos.

Ilustração carro elétrico Apple com inspiração Canoo

Em 2016, a Apple decidiu apostar ainda mais na condução autónoma, uma vez que alguns membros da empresa acreditavam que isso poderia deixar a empresa com um produto para licenciar a outros, mesmo que o carro nunca se concretizasse.

Embora o negócio com a Tesla nunca tenha acontecido, a Apple considerou fazer parcerias ou comprar outros fabricantes de automóveis, incluindo BMW, Canoo, Ford, McLaren, Mercedes-Benz e Volkswagen.

Apple tinha já um chassi parecido com a ID.Buzz da VW

Em 2023, os protótipos da Apple estavam a funcionar numa pista de testes privada no Arizona. Tratava-se de monovolumes arredondados, pintados de branco, com portas de correr e pneus de paredes brancas, aparentemente inspirados no Volkswagen ID. Buzz.

Nesta altura, a empresa sabia que 💥️2025 seria a data mais próxima em que poderia colocar o seu carro no mercado e planeava equipá-lo com "um ecrã de televisão gigante, um sistema de áudio potente e janelas que regulavam a sua própria tonalidade", além de bancos reclináveis para os passageiros.

No entanto, 💥️o carro não teria volante, "apenas um comando de videojogo ou uma aplicação para iPhone para conduzir a baixa velocidade como apoio". Ideia que possivelmente não acolheria muita simpatia quer dos reguladores, quer dos próprios passageiros (pelo menos para já).

Em 2023, a perspetiva de conseguir um veículo totalmente autónomo capaz de se deslocar para onde o seu utilizador quisesse ir - em vez de um veículo com um domínio de conceção mais limitado, como um robotáxi, continuava a ser assustadora.

Na altura, o Projeto Titan estava a ser gerido por Doug Field, antigo membro da Tesla, que sugeriu que uma funcionalidade de condução condicionalmente automatizada, também conhecida como "nível 3", era mais realista. Isso provou ser um conselho indesejável e, em 2023, Field mudou-se para a Ford.

Finalmente, em 2023, as visões de uma condução totalmente autónoma foram reduzidas ao mesmo tipo de controlo de velocidade de cruzeiro avançado e de manutenção na faixa de rodagem oferecido pela maioria dos fabricantes de automóveis, e o habitáculo passou a ter um volante. Mas não seria barato; 💥️estimativas colocam o custo da Apple para construir o carro em 120 mil dólares (cerca de 110 mil euros).

O problema, de acordo com a Bloomberg, foi a indecisão de Cook, que durou uma década. Nesta altura, nem Tesla, nem Carro Apple.

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