Timothy Weah é filho de presidente que ajudou vítimas de guerra

Timothy Weah, que é nascido em Nova York, brilhou em campo marcando o gol dos EUA contra o País de Gales na Copa do Qatar. De fora dos gramados, seu pai, o ex-jogador George Weah, atualmente presidente da Libéria (desde 2018), também é conhecido pela atuação em campos e pela premiada carreira no futebol. Foi eleito melhor jogador do mundo em 1995 pela Fifa e vencedor da Bola de Ouro.

Mas para além da habilidade nos pés, George é um nome de destaque na área humanitária, foi embaixador da Boa Vontade na Unicef em 1997, e chamou a atenção de pessoas como Nelson Mandela, que o intitulou 'Orgulho Africano'. Durante o período que ocupou o cargo, atuou divulgando campanhas de imunização no país.

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Acompanhe a seguir mais da história do pai do atacante, que, apesar de nunca ter jogado na Copa como seu filho, tem uma longa trajetória fora dos campos (e dentro também).

Ajudando vítimas da guerra civil

George era de uma família com poucos recursos financeiros e cresceu em comunidades na cidade de Monróvia, capital da Libéria. Foi lá que aprendeu a driblar com bolas de panos feitas em casa.

Ver seu povo devastado pelas guerras civis que marcaram o país entre 1989 e 2003 e fizeram cerca de 250 mil vítimas só no primeiro conflito o motivou a criar a Fundação George Weah (fundada antes de ser presidente) e que ajudou vítimas das guerras civis da Libéria. A instituição de George se debruçou na ajuda a pessoas afetadas pela violência e cidadãos em vulnerabilidade social.

Timothy Weah marcou o primeiro gol dos EUA no Qatar. - Jewel SAMAD / AFP - Jewel SAMAD / AFP Timothy Weah comemora seu gol pelos Estados Unidos contra Gales na Copa do Mundo

Compromisso com erradicação do HIV

África Ocidental e Central sofrem duros impactos com a epidemia de AIDS. Na Libéria, só em 2017, 40 mil pessoas viviam com HIV e menos de um em cada três adultos tinha acesso ao tratamento com antirretrovirais, de acordo com o UNAIDS (programa das Nações Unidas de combate à AIDS).

George assumiu o cargo de presidente em 2018 e continuou levando a bandeira de prevenção à doença, da época que era embaixador da Boa Vontade na Unicef, que renderam projetos de educação sobre HIV/AIDS na Libéria e em Gana.

Na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2023, George reafirmou seu compromisso global com a erradicação do HIV/AIDS até 2030. E, apesar de ter reconhecido dificuldades de erradicar a doença no país, apontou avanços como melhores serviços de testagem e a obrigatoriedade de mulheres grávidas fazerem a testagem.

Além disso, medidas de controle mais rígidas agora são adotadas, como para casais que pretendem formalizar a união civil, que devem fazer o teste, e caso um teste positivo deve ser encaminhado ao tratamento.

Seu filho defende em campo país que expulsou seu povo

Apesar de fazer a torcida dos EUA vibrar com o primeiro gol da seleção na Copa do Qatar, Timothy Weah, filho de George, joga com a camisa de um país que já expulsou seus antepassados.

A história está por trás da própria origem da Libéria, que entre 1821 e 1847 recebeu milhares de afro-americanos (antes de se tornar o país), enviados pela fundação American Colonization Society (dos EUA).

Membros dessa sociedade, motivados pelo racismo, mas justificando a 'liberdade de ex-escravizados', passaram a comprar terras no oeste da África para enviar pessoas negras livres dos Estados Unidos às terras que hoje são a Libéria. Mais tarde, o grupo seria hostilizado pelos próprios abolicionistas brancos e reconhecido como uma fraude.

Nos gramados, Timothy realiza um possível sonho de George de jogar em uma Copa do Mundo e vem se destacando com as cores dos EUA, a terra onde nasceu. Mas, traz em sua origem a história do país governado pelo seu pai e que fez parte do movimento antiescravidão.

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