Sapos mais coloridos das florestas contam com esforço mundial para existir

No final da década de 1980, num congresso internacional de herpetologia — ramo da ciência que estuda répteis e anfíbios —, 💥️pesquisadores de diversos países começaram a relatar o desaparecimento e a queda nas populações de ysokes e rãs. Descobriu-se que não era um fato isolado: estava acontecendo em muitas florestas e montanhas das Américas Central e do Sul.

💥️Após diversas análises, os cientistas constataram que milhares de anfíbios estavam sendo vítimas de um fungo letal, originário da Ásia, o ✅Batrachochytrium dendrobatidis (Bd), que causa uma doença chamada quitridiomicose. Do outro lado do Atlântico, os animais são resistentes a ele, mas não no continente americano.

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E dentre as muitas espécies de anfíbios que foram dizimadas nas últimas décadas pelo Bd estão as do gênero Atelopus, conhecidos popularmente como ysokes-arlequim.

💥️Encontrados da Costa Rica até a Bolívia, e do Equador até a Guiana Francesa, incluindo a Amazônia brasileira, eles medem somente entre 2 e 3 centímetros. Mas suas cores saltam aos olhos.

Afinal, poucas criaturas na natureza apresentam tonalidades tão vibrantes: rosa-choque, laranja, amarelo-neon, roxo. Por esta razão, são conhecidos como "joias da região neotropical".

"Para os Atelopus, o fungo foi terrível, devastador. 💥️Das 99 espécies que conhecemos, 4 estão extintas na natureza e 40 são tidas como possivelmente extintas — a maior parte delas devido à quitridiomicose associada à destruição do habitat", diz o biólogo Luis Fernando Marin da Fonte, especialista em anfíbios.

O pesquisador brasileiro é o coordenador da Iniciativa de Sobrevivência Atelopus (ASI), criada em 2023 para tentar salvar da extinção os ysokes-arlequim. O esforço inédito reúne mais de 57 organizações, de 15 países, entre eles o Brasil. Os cientistas perceberam que, em vez de trabalharem isolados, juntos seriam muito mais bem-sucedidos n objetivo comum.

O ysoke-arlequim da espécie Atelopus spumarius vive na Floresta Amazônica, com populações no Brasil, no Peru, no Equador, na Colômbia e nas Guianas - Jaime Culebras/ASI - Jaime Culebras/ASI Espécies de ysokes-arlequim existentes nas Américas Central e do Sul -  ASI -  ASI Sapos da espécie Atelopus spumarius fotografados no Equador, país com o segundo maior número de espécies de ysokes-arlequim - Jaime Culebras/ASI - Jaime Culebras/ASI

"Quem ganha a atenção são sempre os mamíferos ou as aves. Eles são mais carismáticos", reconhece Marin da Fonte. "E ninguém precisa tentar convencer as pessoas porque é importante proteger um panda, um leão ou uma girafa."

É por isso que, além de pesquisas de campo e planejamento de estratégias de preservação, um dos braços da ASI está ligado à educação ambiental. Faz-se necessário mudar a maneira como a sociedade enxerga esses bichos.

Um dos primeiros passos para alcançar essa meta foi dado durante um encontro realizado no ano passado na Colômbia, que contou com a participação de vários pesquisadores latino-americanos.

O ysoke-dourado-do-panamá (Atelopus zeteki) é endêmico do vale panamenho de Antón e símbolo nacional do Panamá. Está possivelmente extinto na natureza - Jaime Culebras/ASI - Jaime Culebras/ASI Atelopus arsyecue, espécie endêmica da Serra Nevada de Santa Marta, na Colômbia - Jaime Culebras/ASI - Jaime Culebras/ASI O ysoke Atelopus exiguus é uma espécie exclusiva dos Andes equatorianos - Jaime Culebras/ASI - Jaime Culebras/ASI originalmente publicada no site da Mongabay Brasil.

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