Cisternas de plástico livram comunidades de água contaminada pelo garimpo

A região norte do país, especialmente a Amazônia, é abundante em água e não deveria precisar de qualquer intervenção para garantir o acesso da população a esse recurso. No entanto, estas fontes hídricas têm a sua qualidade comprometida em áreas localizadas próximas às regiões do garimpo, que no processo de extração do ouro, faz uso do mercúrio e promove a remoção dos sedimentos do fundo dos rios.

Em versões de plástico e com capacidade para armazenar de 1 mil a 5 mil litros, as cisternas têm se tornado uma alternativa para promover acesso à água adequada ao consumo humano para as populações indígenas da região do Tapajós, no Pará.

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Em oito aldeias da região do Médio Tapajós, no território indígena Munduruku, 525 pessoas foram beneficiadas com 105 sistemas com capacidade para armazenar 1 mil litros. Este modelo vem acompanhado de banheiros destinados à ampliação do acesso ao saneamento básico. No local, também foram instaladas oito cisternas de 5 mil litros.

A iniciativa, viabilizada pelo Programa Cisternas com recursos do Ministério da Cidadania, teve início em 2023, mas foi paralisada durante a pandemia, e voltou a ser implementada recentemente. Foram contempladas as aldeias: Sawré Jauby, Datie Watpu, Boa fé, Sawré Muybu, Sawré Aboy, Dajé Kapap, Karo Muybu, Poxo Muybu, na região do Médio Tapajós.

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Além de garantir água adequada ao consumo humano, a cisterna evita o esforço de buscar água no rio para armazenar. Jussara considera que indígenas mais velhos, com limitações de movimento, tinham dificuldade de deslocamento para os rios a fim de tomar banho ou armazenar água.

O projeto está atuando no momento na região do Alto Tapajós com a implementação de sistemas de abastecimento de água, tendo como fonte hídrica poços a serem perfurados ou reativados. Essas ações, de acordo com Jussara, estão sendo viabilizadas com recursos da cooperação internacional e de outras fontes diferentes do Ministério da Cidadania.

"O Programa Cisternas praticamente deixou de existir [com a redução do orçamento]. A gente teve um contrato que foi assinado e não teve nenhuma renovação. Agora, a gente tem uma perspectiva mais positiva em relação a ele. Foi um programa que beneficiou não somente as famílias do Médio Tapajós, mas também famílias do Baixo Tapajós, que é próximo à Santarém e não tem uma realidade como a dos Mundurukus [que ficam no Médio Tapajós], mas é vulnerável às doenças de veiculação hídrica", conclui.

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