Com nova cisterna, agricultora poupa 7h no sol atrás de água

a em reportagem publicada pelo, sua vida foi transformada com a ajuda de um grupo de leitores do. Sensibilizados com o drama da moradora de Angicos (RN), eles a presentearam com uma cisterna.

💥️Autodenominado "Amigos de Dona Francisca", o grupo, formado por leitores dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraíba, doou R$ 4 mil, mais um complemento de R$ 2 mil, à agricultora, em parceria com o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Angicos, que apoia os agricultores na região.

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"Eu realizei o meu sonho. Agradeço à jornalista, que se não falasse sobre mim ninguém ia saber o que eu passo, ao povo de São Paulo [aos leitores do] por ter ajudado e ao sindicato. Tô muito feliz com a minha cisterna", desabafou ela, que recebeu oficialmente o reservatório no dia 9 de maio.

Os doadores, que preferiram não se identificar, estabeleceram contato por mensagem e, então, resolveram arrecadar o montante. De São Paulo, acionaram o sindicato para realizar a doação e definir como seria a construção da cisterna.

O 'milagre' da cisterna: 8 meses de água para consumo humano

Com apoio da prefeitura, que doou uma retroescavadeira, em apenas quatro dias, três pedreiros puseram de pé a cisterna com capacidade para armazenar 16 mil litros. 💥️Esse tipo de tecnologia garante água por oito meses a uma família de até cinco pessoas, que a utiliza para beber, cozinhar e escovar os dentes.

Além da corrente de solidariedade que se formou para ajudar Dona Francisca, a natureza também estava a seu favor. Ao longo da construção, não choveu e, em poucos dias, lá estava o reservatório de pé, só esperando a chuva cair para armazenar água.

Construída em frente à sua casa, a cisterna de Francisca garante praticidade e livra a agricultora de longas caminhadas - Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Angicos - Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Angicos

"💥️Quando li a história da Dona Francisca meu coração partiu. [Triste] saber que o Brasil, embora tão rico, tenha tamanha desigualdade entre seus compatriotas. Água é necessidade básica de um ser humano", afirmou, emocionada, uma das doadoras.

Para José Rodrigues, que é coordenador da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) no Rio Grande do Norte, rede de organizações que apoia famílias do campo a conviverem com o semiárido, o gesto dos leitores reacendeu a esperança.

"Conversamos com Dona Francisca sobre a ação dos leitores, sobre a importância da água para não haver desperdício. Esse gesto foi importante, pois nos dá a esperança de que há pessoas que ainda olham para as outras", diz.

Das viagens em busca de água à cisterna no quintal de casa

💥️Mesmo com câncer de pele, Francisca realizava seis viagens ao dia, de 1 km cada, em busca de água no açude. A alternativa era pegar emprestado da cunhada, o que nem sempre acontecia.

Construída ao lado de sua casa, a cisterna possui um cano que liga a calha da casa ao reservatório, tornando possível a captura da água da chuva, que, após ser tratada, fica pronta para o consumo.

Dona Francisca comemora e agradece aos doadores pela cisterna com água perto de casa - Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Angicos - Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Angicos

Milhares de 'Franciscas': o drama do semiárido

💥️Na região do semiárido, onde as chuvas se concentram em quatro ou cinco meses por ano, ainda há cerca de um milhão de pessoas sem acesso à água de consumo humano. Apenas no Rio Grande do Norte, estado onde vive a agricultora, são cerca de 7 mil na mesma condição.

Para reparar esse problema em nível mais amplo, os olhos da região estão voltados para Brasília, à espera da retomada do Programa Cisternas, principal política pública de garantia de acesso à água de consumo humano, que, ao longo do governo Bolsonaro, sofreu uma desaceleração de mais de 93% no orçamento.

Com o novo governo, a política ficou com orçamento estimado em R$ 500 milhões para a garantia de cisternas de 16 mil litros e de outras tecnologias de acesso à água.

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