Acalmem-se, chefs! A inteligência artificial (ainda) não sabe cozinhar

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Rafael Tonon

Sim, "Cozinha Cognitiva com o Chef Watson: Receitas para Inovação da IBM e do Instituto de Educação Culinária", trazia criações culinárias do inovador sistema de inteligência cognitiva.

Foi a primeira publicação do tipo no mundo exclusivamente desenvolvida por um computador. Anos depois, Watson fez uma parceria com a "Bon Appetit" para desenvolver novas criações a partir do banco de dados de mais de 10 mil receitas da revista americana.

💥️Experiências agridoces

O chef americano Donald Mullikin, do food truck Bunboy, em Austin (Texas), decidiu testar as novas tecnologias para ver como poderiam ajudar seu negócio: pelo próprio ChatGPT, ele pediu uma descrição sobre seu negócio e algumas ideias de receitas.

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A forma que a tecnologia falou de seu negócio (elogiando a equipe com seus "sorrisos acolhedores e hospitalidade natural") o agradou muito. Já as receitas, nem tanto.

Ele queria criar um trio de espetinhos de frango (yakitori) combinados com três tipos de molho — bacon, yuzu e miso com mostarda Dijon. Depois de muitas "conversas", a IA deu algumas boas pistas, mas no final todos os molhos ficaram sem sal com as proporções geradas pela máquina.

Mesmo assim, depois de ajustar os temperos, ele incluiu as criações conjuntas no menu, que se esgotaram logo. Muitos outros chefs estão aproveitando a onda para testar a tecnologia — e fazer algum marketing com ela.

💥️Curioso, mas nada certeiro

IA ajuda na cozinha, mas ainda não sabe cozinhar

Mas parece haver alguma esperança: em entrevista ao "Eater", o chef Donald Mullikin diz que o melhor uso do chatbot de IA foi para ajudá-lo a calcular os custos e despesas de alimentos.

Com a ajuda da tecnologia, ele conseguiu chegar a resultados muito interessantes sobre "custo total dos ingredientes, o peso de uma porção, quantos espera vender semanalmente e levar em consideração coisas como despesas gerais e custos operacionais", como diz.

O ChatGPT o ajudou, por exemplo, a definir os preços do cardápio para garantir uma margem mais substancial de lucros, e até ajudar no gerenciamento do restaurante: de compras a horas de folga. Para receitas, ele diz que não deve voltar a usar a plataforma.

Apregoada como a nova fronteira do conhecimento, a IA ainda não conseguiu surpreender muito na cozinha até agora, mas talvez possa ser útil a empresários e chefs de outras formas.

O ChefGPT e seus congêneres podem nos ajudar a sermos todos melhores cozinheiros (em casa ou nos restaurantes) à medida que aprendemos com eles sobre medidas, proporções, custos. Mas na hora de cozinhar, ainda vale mais o caderno de receitas da sua mãe.

O que você está lendo é [Acalmem-se, chefs! A inteligência artificial (ainda) não sabe cozinhar].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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