Moradores de Coimbra exigem estudo com alternativas ao traçado da Alta Velocidade 24
“Solicitamos à Câmara Municipal que faça chegar o desagrado das populações locais e da própria freguesia a todas as instituições responsáveis pelos estudos e projetos de Alta Velocidade, exigindo, em todo o nosso concelho, a apresentação de alternativas e soluções com menor impacto para as populações locais”, alegou o presidente da União de Freguesias de Taveiro, Ameal e Arzila, Jorge Mendes.
Na sua intervenção no período antes da ordem do dia da sessão ordinária da Assembleia Municipal de Coimbra, que decorreu esta tarde no Convento São Francisco, o eleito da CDU falou em nome dos seus fregueses e levou à votação uma moção a exigir alternativas ao traçado da linha ferroviária de alta velocidade entre Porto e Lisboa (fase 1), no troço Porto – Soure - Troço B.
A moção, apresentada sob a presença de cerca de duas dezenas de moradores, a maioria da Quinta das Cunhas (Ameal), onde “muitas casas serão deitadas abaixo”, foi aprovada por maioria, contando com 39 votos a favor, dois contra e seis abstenções.
O documento aprovado solicita à Câmara Municipal de Coimbra que promova “todas as diligências possíveis para que seja criado um gabinete responsável pelo acompanhamento do projeto de alta velocidade”.
Este gabinete teria nas suas funções “atender às preocupações das pessoas, no sentido de estudar e propor alternativas de traçado”, bem como “ajudar as populações a fazer chegar as suas preocupações e propostas às entidades competentes.
Caber-lhe-ia ainda, “seja qual for o trajeto e projeto final aprovado, fazer um acompanhamento técnico da sua execução no sentido de acautelar os direitos patrimoniais, assim como o bem-estar das populações afetadas”.
Na moção é também solicitado que a União de Freguesas de Taveiro, Ameal e Arzila ou os representantes do grupo de lesados sejam recebidos, nos próximos dias, pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra ou por técnicos da autarquia.
Sobre o projeto da alta velocidade, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, evidenciou que os seus possíveis traçados já andam a ser estudados “há demasiados anos” e que “haverá sempre alguém a sair prejudicado”.
Apesar de lamentar “a inevitabilidade da demolição de cerca de 30 habitações”, entende que “Coimbra não pode parar e ficar sem alta velocidade”.
“Se o fizermos, perdemos o comboio do desenvolvimento. Sem alta velocidade Coimbra ficará progressivamente uma aldeia histórica”, apontou o autarca eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RIR e Volt).
José Manuel Silva informou ainda que o gabinete de acompanhamento "está constituído", sendo liderado pela vereadora da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Bastos.
Já a eleita Lúcia Santos, do Nós, Cidadãos!, considerou que a moção “é extemporânea”, por o traçado se “encontrar em período de consulta pública”, embora se tenha mostrado solidária com as preocupações dos populares.
Também a eleita do CDS-PP, Helena Mendes, deixou a sua solidariedade para com os moradores da margem esquerda do rio Mondego, no entanto, recordou que nesta fase ainda não estão esgotadas as possibilidades de virem a ser introduzidas algumas correções.
O eleito da CDU, Manuel Rocha, vincou que o conteúdo da moção é urgente e que esta também é uma forma de discussão pública dos problemas dos cidadãos. Por sua vez, também a bancada do PS, através de Ferreira da Silva, mostrou-se solidária com os habitantes.
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