Influência e força do demitido Sam Altman são expostas na empresa que criou ChatGPT

O chefe da OpenAI, Sam Altman, subiu ao palco em San Francisco, nos Estados Unidos, no início deste mês para anunciar que o ChatGPT, o projeto da startup que deu início a uma nova era de inteligência artificial há um ano, atingiu a marca de 100 milhões de usuários semanais.

Ele também divulgou que a empresa reduziria pela metade o preço de seu software e lançaria uma loja de aplicativos de IA, em movimentos projetados para proliferar o uso dessa tecnologia revolucionária. Altman fez uma pausa a cada frase para deixar o aplauso diminuir.

Sua capacidade de inspirar também seria vista semanas depois, quando o conselho da OpenAI o demitiu abruptamente. A saída só serviu para desencadear uma revolta interna. Segundo pessoas com conhecimento do assunto, 747 dos 770 funcionários da OpenAI haviam assinado uma carta ameaçando sair e se juntar à Microsoft, que anunciou a contratação de Altman na madrugada de segunda-feira (20), caso o conselho não trouxesse o ex-CEO de volta.

Os investidores que apoiam a startup foram verificar se haveria medidas legais para forçar o conselho a reverter a opção da OpenAI. Uma fonte ouvida que trabalha em um fundo de investimento com participação na companhia de inteligência artificial disse que a ação legal poderia ocorrer nesta semana.

Mas, de acordo com uma pessoa com conhecimento das negociações, até a noite de segunda-feira (20), o conselho permaneceu firme e estava preparado para testar se funcionários cumpririam a ameaça de sair.

Executivos da OpenAI circularam um memorando para a equipe na noite de segunda, dizendo que estavam em intensas negociações com Altman, o conselho e o novo CEO interino, Emmett Shear, com o objetivo de encerrar o impasse e unificar a empresa.

Em sua carta, os funcionários disseram que os diretores "minaram nossa missão e nossa empresa" com a forma usada que culminou na saída de Altman e Greg Brockman, outro cofundador da OpenAI.

Saiba mais sobre a saída de Altman da OpenAI

Ilya Sutskever, o último cofundador remanescente no conselho e cientista-chefe da OpenAI, assinou a carta dos funcionários depois de se desculpar nas redes sociais por seu papel na demissão de Altman. No entanto, ele não informou se também sairia do conselho.

O empreendedor de 38 anos que transformou a OpenAI em uma empresa de bilhões de dólares pode agora determinar seu futuro.

Uma pessoa com acesso às negociações entre Altman e o conselho da OpenAI afirmou que o poder dele é conquistar as pessoas, moldar narrativas e buscar a melhor situação que o favoreça, o que tornaria impossível o seu supervisionamento por parte da empresa.

A estrela de Altman tem brilhado nos últimos dois anos, à medida que a OpenAI empurra os limites da IA generativa —uma tecnologia que pode criar imagens, textos e códigos de alta qualidade que são em grande parte indistinguíveis da produção humana.

Em novembro do ano passado, a OpenAI lançou o ChatGPT, um sofisticado chatbot de perguntas e respostas. A popularidade do produto resultou em gigantes corporativos como Microsoft, Google e Salesforce, além de várias startups de tecnologia, lançando seus próprios chatbots e produtos de software com IA, muitos deles construídos com a tecnologia subjacente da OpenAI.

Sob a liderança de Altman, a OpenAI foi transformada em oito anos de uma organização de pesquisa sem fins lucrativos em uma empresa que, segundo relatos, gera US$ 1 bilhão de receita anual. Os clientes vão do banco Morgan Stanley ao grupo de investimento Carlyle, passando pela auditoria PwC.

O sucesso tornou Altman o embaixador de fato da indústria de IA, apesar de sua falta de formação científica. No início deste ano, ele embarcou em uma turnê global, encontrando líderes mundiais, startups e reguladores em vários países. Altman falou na cúpula regional da Apec Ásia-Pacífico, em San Francisco, um dia antes de ser demitido.

Sam Altman é um herói para mim. Ele construiu uma empresa do nada para um valor de US$ 90 bilhões e mudou nosso mundo coletivo para sempre. Eu e bilhões de pessoas se beneficiarão de seu trabalho futuro. Será simplesmente incrível

Eric Schmidt

ex-CEO do Google, em post publicado no X (antigo Twitter)

Ex-aluno da Universidade de Stanford, Altman é um produto do Vale do Silício. Sua primeira startup, o serviço de mídia social baseado em localização Loopt, não decolou. Mas foi o suficiente para chamar a atenção de Paul Graham, fundador do Y Combinator, que o tirou da relativa obscuridade, com apenas 28 anos, para comandar o incubador de tecnologia.

Os sucessos do Y Combinator incluem Airbnb e a empresa de pagamentos Stripe, e o trabalho deu a Altman uma visão privilegiada de algumas das novas tendências de investimento e um gosto por apoiar projetos visionários grandiosos.

"Havia apenas um punhado de pessoas investindo nessas tecnologias", disse Alexandr Wang, da Scale AI, empresa apoiada pelo Y Combinator, no início deste ano. "Ele está disposto a fazer grandes apostas. É uma das coisas que o tornaram um grande investidor. Ele está disposto a apostar a longo prazo".

A qualidade marcante que Altman possui, de acordo com aqueles que trabalharam com ele, é sua ambição feroz e sua capacidade de angariar apoio.

Ele foi descrito como "profundamente, profundamente competitivo" e um "gênio", com um conhecido dizendo que não há ninguém melhor em saber como acumular poder.

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