Cidade de SP não abrirá mão de participação decisiva na venda da Sabesp, diz presidente da Câmara

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil), disse nesta terça-feira (28) que a cidade de São Paulo não abrirá mão de ter participação decisiva nas discussões sobre a privatização da Sabesp, companhia de saneamento básico do estado.

Em evento com empresários na capital paulista, Leite disse que a privatização da Sabesp envolve uma confusão na concessão da terra e da água no estado.

"A Sabesp é uma empresa controlada pelo governo do estado, pelo governo estadual, não pela intendência municipal. Mas a propriedade de explorar água e esgoto é do município. Veja o que a gente está tentando destravar neste momento, que é o maior leilão do mercado neste momento", declarou.

A Alesp (Assembleia Legislativa) pode aprovar a privatização da companhia de saneamento na próxima semana, na avaliação dos deputados. O projeto de lei foi aprovado na última quarta (22) em comissões da Casa, e agora vai para plenário.

Como o governo toca a privatização a partir de um projeto de lei ordinária, são necessários apenas 48 votos do total de 94 deputados em plenário, e a base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) diz que já tem apoio suficiente para aprová-la.

"O problema que nós temos é que a propriedade da terra onde se encontram as caixas de água da cidade de São Paulo, que são as represas de Guarapiranga e Billings, são propriedades do governo do estado de São Paulo. Mas a Sabesp é uma empresa. Então, o governo do estado está vendendo a terra para um e a água para outro. E o detentor desse poder de concedente é o município de São Paulo. Veja a situação de intranquilidade", disse.

Com um discurso previsto para se estender por 15 minutos, a declaração foi interrompida aos 13 minutos aproximadamente. O evento estava sendo transmitido pela TV Cultura, emissora pública que pertence ao estado de São Paulo. À 💥️Folha, Cecilia Luchía-Puig, diretora da Líderes TV, organizadora do evento, disse que a interrupção do discurso foi feita para ser alinhada ao tempo de transmissão.

Leite, contudo, falou com a imprensa após seu discurso, e foi questionado se o governo de Tarcísio estaria tocando a privatização de forma errada. O vereador, então, afirmou que "falta discussão".

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Apesar da possibilidade de aprovação da privatização da Sabesp na próxima semana, o estado ainda não informou quanto pretende arrecadar com a venda das ações da empresa porque não definiu se a participação estatal será de 15% ou de 30%, o que deve ser feito até janeiro.

Também não informou quanto a tarifa vai baixar caso a empresa seja privatizada, um dos principais argumentos para a desestatização.

"A discussão existe e nós não estamos fechados. Nós queremos um ambiente bom, mas transparente na sociedade", disse Leite nesta terça.

"Nós estamos hoje, no ponto de vista de valor, sem a métrica básica. O que é? Ninguém tem a referência certa. De onde se tirou isso? De onde vem o cálculo dos investimentos previstos?", declarou o presidente da Câmara.

"Quem responderá pela Constituição ambiental? Quem participará da agência [reguladora]? Como fica o fim da tarifa proposta de subsídio para a água? No dia que encerrar, quem é que vai responder por isso? Essas coisas não estão claras", prosseguiu.

Apesar da pressa do governador Tarcísio para finalizar o processo de privatização da Sabesp, Leite afirmou que não há um tempo definido para isso. "Nós temos tempo de contrato para cumprir com o governo do Estado. Teremos que aguardar o momento correto", disse.

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