Sandra Day OConnor, primeira mulher na Suprema Corte dos EUA, morre aos 93

A juíza aposentada Sandra Day O'Connor, primeira mulher a chegar à Suprema Corte dos Estados Unidos, morreu nesta sexta-feira (1º), aos 93 anos, após complicações respiratórias. Ela foi nomeada ao tribunal de mais alta instância em 1981 e permaneceu no posto por 25 anos, período no qual esteve no centro de diversas questões consideradas polêmicas, incluindo o direito ao aborto e ações afirmativas.

Considerada apaziguadora e moderada, O'Connor foi nomeada à corte pelo presidente republicano Ronald Reagan (1981-1989). Ficou conhecida por adotar posicionamentos de centro e pelas habilidades de negociação. Ela costumava debater os temas analisados pelo tribunal individualmente com os outros juízes. Muitas vezes conseguia convencer seus colegas com argumentos pragmáticos.

Ao reafirmar o princípio de Roe vs. Wade, de 1973, O'Connor ajudou a preservar o direito ao aborto —no ano passado, a Suprema Corte suspendeu o direito constitucional ao procedimento nos EUA após 49 anos. "Alguns de nós, como indivíduos, achamos o aborto ofensivo aos nossos princípios mais básicos de moralidade, mas isso não pode controlar a decisão [da corte]", escreveu ela.

A juíza foi decisiva para que o tribunal formasse maioria em casos controversos. Ela votou, por exemplo, a favor da inclusão de um homem no quadro de estudantes de uma escola de enfermagem só para mulheres no Mississippi.

Também em votações apertadas, O'Connor decidiu interromper a recontagem dos votos da Flórida na eleição presidencial de 2000, que pôs o republicano George W. Bush no poder, e determinar que a chamada guerra ao terror não dava ao presidente um "cheque em branco" para prender suspeitos.

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Embora crítica ao que chamou de "soluções raciais", ela foi um voto crucial em 2003 para manter ações afirmativas nos campi universitários. O'Connor escreveu na decisão que as faculdades devem buscar a diversidade para que "o sonho de uma nação indivisível seja realizado".

O'Connor foi senadora pelo Arizona na década de 1970. Três anos depois, tornou-se líder da maioria do Arizona —a primeira mulher no país a exercer a função. Foi eleita juíza estadual em 1974 e, em 1979, foi nomeada para um tribunal de apelações estadual.

Ela escreveu dois livros contando suas memórias. Em um deles, afirmou que "a discordância é um sinal de que o progresso está em andamento". Ao descrever seu mandato na Suprema Corte, disse que a experiência era como caminhar sobre cimento molhado "porque toda opinião deixa uma marca".

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