Crônica de um crime anunciado

Grandes cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro, estão dominadas pelo crime organizado, que cresce de forma exponencial. Várias são as causas, todas solenemente ignoradas pelas autoridades. Quando surge uma crise, fala-se em aumento de penas e criação de novos tipos penais. É uma ladainha antiga, que não funciona.

O primeiro grande desafio é justamente o oposto do que sempre se propõe. Nossos presídios funcionam como escolas do crime. Não regeneram ninguém. A explicação: criminosos menos perigosos entram em pânico quando são presos; temem pela própria integridade física e até pela vida. A tática do crime organizado é simples: são acolhidos e protegidos, mas tornam-se devedores. Facilmente são recrutados e passam a integrar a base das organizações.

O Brasil precisa debater penas alternativas para criminosos menores, com uso de tornozeleiras eletrônicas, e reservar a prisão para criminosos perigosos. Sem isso, a fábrica de criminosos jamais vai parar.

Outro ponto relegado é a investigação das polícias. Não há aplicação de recursos nas corregedorias. Não há inteligência para combater a criminalidade policial. As prisões são pontuais e quase sempre fortuitas.

O problema é agravado pela remuneração das polícias, que é precária e insuficiente, dado o risco e a importância das funções. Terreno fértil para a corrupção.

Ao contrário do que se propaga, temos vários crimes vigentes; o que não há é aplicação da lei. A cada crise, repetem-se notícias sobre lavagem de dinheiro com uso do sistema bancário e imobiliário. As penas já são altíssimas. Os processos é que são inexpressivos. Os estados não têm equipes de investigação organizadas e não há ligação efetiva com a Polícia Federal. Seria necessária uma inteligência nacional, integrando as polícias Civil e Federal no combate à lavagem.

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