Israel declara Lula persona non grata após comparação com Holocausto nazista

Em seguimento às reprimendas ao presidente Lula (PT), que comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista, o Ministério das Relações Exteriores do governo de Binyamin Netanyahu declarou o líder brasileiro "persona non grata" nesta segunda-feira (19).

"Não esqueceremos nem perdoaremos", disse o chanceler Israel Katz. Em mensagem ao embaixador do Brasil no país, seguiu: "Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse."

A declaração veio de forma um tanto incomum: Katz falava a veículos de imprensa ao lado do embaixador brasileiro, Frederico Meyer. Os dois faziam uma visita ao Yad Vashem, mais importante memorial sobre o Holocausto. Ele chamou as ações de Lula de "um ataque antissemita".

"Eu trouxe você a um lugar que dá testemunho, mais do que qualquer outra coisa, do que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família", disse Katz ao diplomata brasileiro, indicado para o posto em 2023, segundo declarações compiladas pelo The Times of Israel. "A comparação entre a guerra de Israel contra o Hamas e as atrocidades de Hitler e dos nazistas é uma vergonha."

Meyer havia sido convocado na véspera pela chancelaria israelense para prestar explicações sobre as falas do petista. O encontro antes estava previsto para ocorrer na sede da pasta.

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Na prática, o termo em latim que significa "pessoa indesejada" se refere à prática de um Estado proibir um diplomata (ou, neste caso, chefe de Estado) de entrar no país em uma viagem oficial. Na última semana, Tel Aviv também impôs essa condição à italiana Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados e uma das principais vozes contra a operação israelense em Gaza.

Durante seu giro pela África, Lula classificou a campanha militar de Tel Aviv no território palestino de genocídio e, em um adendo que abriu a mais nova crise diplomática brasileira, declarou que as mortes de civis se assemelham às ações de Adolf Hitler contra os judeus.

As advertências de Israel vieram prontamente e seguiram ao longo da noite de domingo (18) e desta segunda. Somou-se ao coro o presidente do Yad Vashem, para quem as falas do líder brasileiro são não apenas ultrajantes, mas uma prova de ignorância. Dani Dayan afirmou que "é decepcionante que Lula tenha recorrido à distorção do Holocausto e à propagação de sentimentos antissemitas".

Empresário argentino naturalizado israelense, Dayan é um nome conhecido dos governos petistas: em 2015, chegou a ser cotado por Netanyahu para ser embaixador no Brasil. Mas seu nome não era benquisto em Brasília, uma vez que liderou, por anos, a organização dos colonos israelenses na Cisjordânia ocupada.

Diversas organizações judaicas afirmaram que a fala de Lula "profana a memória dos que morreram no Holocausto". A perseguição empreendida pelo regime nazista da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial provocou a morte de 6 milhões de judeus.

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