Lula passou do ponto sobre Holocausto, mas é indignação de um humanista, diz Wagner

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "passou do ponto" ao comparar a situação de palestinos na Faixa de Gaza à de judeus durante o Holocausto. Em sua visão, porém, Lula demonstrou "a indignação de um humanista".

"Para mim, a única coisa que, vamos dizer, passou do ponto foi a comparação. Porque eu acho que aquele episódio [Holocausto], que foi a maior barbárie do século 20, é um episódio único. Agora, a indignação do presidente, se eu puder apostar, é a indignação da ampla maioria dos seres humanos no mundo", disse o senador à💥️ Folha.

Judeu, Wagner rebateu as acusações de antissemitismo feitas contra Lula e disse que a reação do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, é a de alguém desesperado: "O Netanyahu, em algum momento, vai ser condenado pelo que ele está fazendo".

💥️Como o sr. recebeu a fala de Lula e o que conversou com ele?
A fala do presidente é, mais uma vez, a indignação de um humanista com aquilo que está acontecendo na Faixa de Gaza. Não há, na minha opinião, quem possa concordar com o que está acontecendo. Seria a mesma coisa se eu chegasse ao Rio de Janeiro ou em qualquer lugar para tentar alcançar um traficante e bombardeasse o bairro inteiro. Na minha opinião, isso não se justifica.

A única coisa que passou do ponto foi a comparação. Porque eu acho que aquele episódio, que foi a maior barbárie do século 20, é um episódio único. Agora, a indignação do presidente, se eu puder apostar, é a indignação da ampla maioria dos seres humanos no mundo. Ninguém pode achar razoável ficar bombardeando hospital, matando crianças, que são inocentes.

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O que o presidente Lula fala, e eu acho até que já surtiu efeito, que vários países na Europa começam a falar de cessar-fogo com mais intensidade. A única coisa que ele quer é que se cesse esse fogo, que se devolvam os reféns, e que se pare de matar inocentes.

💥️O que o sr. disse a Lula?
Eu fui dizer para ele que aquele episódio da Segunda Guerra Mundial, repito, é ímpar. Então, eu acho que puxar ele à baila para fazer qualquer tipo de comparação, na minha opinião, acaba atrapalhando o que ele [Lula] fez. O que ele fez para mim está corretíssimo. Eu digo que eu assino embaixo até a última frase. O que ele falou? De ajuda humanitária. Ele não deixou de dizer que, se tiver alguém daquele organismo internacional que se meteu em coisa errada [Wagner faz referência à agência da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, alvo de denúncia de Israel pela suposta participação de funcionários nos atentados do Hamas], tem que pagar.

O que eu acho que está errado de alguns, quando fazem a crítica à política externa do atual primeiro-ministro, é que não se podem misturar judeus com Netanyahu. Como não se pode misturar palestinos com Hamas. Nem tem sentido você sair matando palestinos para querer caçar o Hamas nem tem sentido você desenvolver ou permitir desenvolver antissemitismo porque quer condenar a política externa do senhor Netanyahu. Ele teve muita dificuldade de montar o governo. Ele tem uma maioria apertada lá. E na minha opinião, ele acaba usando a guerra para tentar, inclusive, ganhar mais popularidade.

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