A pequena ilha do Pacífico que luta há 20 anos por seu domínio na internet

A ilha do Pacífico Sul de Niue (pronuncia-se Niuê) é um dos lugares mais remotos do mundo. Seus vizinhos mais próximos, Tonga e Samoa Americana, ficam a centenas de quilômetros de distância.

O advento da internet prometia, de certa forma, tornar a ilhota e seus cerca de 2.000 habitantes mais conectados com o resto do mundo.

No final dos anos 1990, um empresário americano ofereceu-se para conectá-la à internet. Tudo o que ele queria em troca era o direito de controlar o sufixo ".nu" que Niue recebeu para seus endereços da web [equivalente ao ".br" do Brasil].

O domínio não parecia tão lucrativo quanto ".tv" —que foi atribuído a Tuvalu, outro país do Pacífico Sul—, e os líderes de Niue concordaram com o acordo. Mas logo as duas partes entraram em desacordo.

Agora, após mais de duas décadas de idas e vindas, a discordância finalmente está perto de uma resolução —em um tribunal. Disputas sobre domínios da internet não eram incomuns no início da internet, mas especialistas não se lembram de uma que tenha durado tanto tempo.

Descobriu-se que o ".nu" era, de fato, muito valioso. "Nu" significa "agora" em sueco, dinamarquês e holandês, e milhares de escandinavos registraram sites com esse sufixo, criando um negócio constante para o parceiro comercial de Niue, Bill Semich.

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Niue, uma ilha de coral de cerca de 260 quilômetros quadrados, sentiu que estava sendo roubado de uma fonte confiável de dinheiro que teria ajudado a reduzir sua dependência do turismo e da ajuda estrangeira.

A ilha havia recorrido a fontes de renda não convencionais antes, vendendo selos e moedas para colecionadores. Também chegou a alugar seu código de discagem internacional —até que seus residentes, muito cristãos, começaram a ser acordados à meia-noite por ligações de sexo por telefone do Japão.

Niue cancelou o acordo com Semich em 2000 e desde então tem tentado reaver o domínio ".nu", que agora é operado pela ONG Swedish Internet Foundation [Fundação da Internet Sueca]. A ilha quer da fundação cerca de US$ 30 milhões por reparações de danos, quantia que poderia ser transformadora para um lugar que foi reconhecido pelos Estados Unidos como um estado soberano apenas em 2023.

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