Casos de dengue em São Paulo em 2024 ultrapassam todo o ano de 2023

A cidade de São Paulo registrou, nos primeiros 52 dias de 2024, mais casos de dengue do que o ano inteiro de 2023. É o que mostra o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde nesta segunda-feira (26).

Até o dia 21 de fevereiro, na oitava semana epidemiológica, a capital tinha 16.001 casos. Em 2023, a cidade registrou 14.398 ocorrências da doença. Segundo informações da pasta, a marca foi ultrapassada entre as semanas epidemiológicas 6 e 7, que corresponde aos dias de 4 a 17 de fevereiro. Os dados ainda são provisórios.

Até o momento, uma pessoa morreu em São Paulo em decorrência da dengue.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que é atualizado diariamente com eventuais novos casos e óbitos, a capital tem 22.746 registros confirmados. São 19 mortes por dengue, contando o óbito na capital. Outras 23 estão em apuração. A contagem do painel do estado difere do registrado no documento da administração municipal, que leva em consideração a semana epidemiológica.

Para Alexandre Naime Barbosa, infectologista e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu, o aumento observado na capital neste início de ano começou a ser verificado no final de novembro, e se intensificou entre os meses de dezembro e fevereiro.

"Isso coincide com as médias de temperatura diária mais elevadas que tivemos, inclusive o verão acabou sendo antecipado justamente por essas altas temperaturas registradas ainda na primavera. E além disso, a média de pluviosidade [chuva] também foi muito alta. Então, você tem uma temperatura elevada seguida de chuva intensa, o que cria um ambiente perfeito para a proliferação do mosquito", diz.

O Brasil vive uma epidemia de dengue sem precedentes. O país registra um total de 920.427 casos prováveis e 184 mortes, segundo atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde desta segunda.

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A pasta estima que o país tenha 4,2 milhões de casos de dengue em 2024, alcançando um novo recorde. Em 2023, foram 1,6 milhão de registros, com 1.094 mortes pela doença, maior número desde o início da série histórica, em 2000.

Segundo Barbosa, as temperaturas diárias acima de 25°C são um ambiente ideal para a eclosão dos ovos do ✅Aedes aegypti. Mas este não é o único fator que contribui para o aumento das infecções neste ano.

"Tradicionalmente, no Brasil, tivemos sempre a circulação mais intensa do sorotipo 1 da dengue, e muitas pessoas que já se infectaram no passado foram com essa forma. Mas desde os últimos anos temos visto uma circulação maior do tipo 2, e as pessoas que já tiveram o tipo 1 foram imunizadas contra ele, mas estavam suscetíveis ao tipo 2", explica.

Atualmente, o sorotipo 2 é prevalente na cidade de São Paulo, enquanto alguns casos esporádicos do sorotipo 3 são registrados tanto no município quanto no estado.

O infectologista afirma que o aumento no número de registros deve seguir até meados de março e abril. Outras estimativas indicam que o pico pode se estender até maio.

"E aí tem um terceiro fator, que é a falta de saneamento em muitos municípios e o adensamento populacional, condições estas que criam um ambiente de alta transmissão da dengue, assim como de qualquer arbovirose [doenças transmitidas por mosquito]."

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