Cliente expulso de padaria por uso de notebook é preso sob suspeita de fraude em criptomoedas

No dia 31 de janeiro deste ano, a polícia foi chamada para intervir em uma confusão em uma padaria de Barueri, na Grande São Paulo. No episódio, o dono do estabelecimento, identificado como Silvio Mazzafiori, 65, ameaçava Alan Deivid de Barros com um pedaço de madeira porque o cliente estava usando um notebook na mesa.

Um comunicado no local anunciava a proibição do uso de equipamentos eletrônicos, para que a pessoa não ficasse ocupando o lugar de outros clientes. Isso é legal, desde que bem divulgado, segundo o Procon. Os dois foram parar na Delegacia de Barueri, e Alan abriu uma notícia crime por ameaça.

Quase dois meses depois, Barros volta a estar envolvido com a polícia, mas, desta vez, a federal, ao ser preso nesta terça-feira (27) em Curitiba (PR) na Operação Fast, que tem a finalidade de combater uma associação criminosa que atua em projetos fraudulentos relacionados à criação de criptomoedas e NFTs (Tokens Não Fungíveis).

Segundo a PF, foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão nos municípios de Itajaí e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e em Curitiba e Londrina, no Paraná. Também foram executadas medidas de sequestros e bloqueios de bens de cinco pessoas e três empresas. Entre essas pessoas está Barros e sua empresa, a Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing Ltda.

Em nota em seu site, a PF diz que uma organização criminosa baseada em Balneário Camboriú desenvolveu diversos projetos interligados, pelos quais os investidores adquiriam uma criptomoeda criada pelo grupo com suposto valor vinculado a supostas parcerias com empresas, prometendo altos lucros por meio de corretoras. O lançamento foi promovido em uma feira de criptoativos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

"Posteriormente, a organização também passou a atuar na comercialização de franquias de mobilidade urbana, o que continua sendo divulgado pelos integrantes. Foram identificadas aproximadamente 22 mil vítimas no Brasil e no exterior e perdas no valor aproximado de R$ 100 milhões", continua a nota da PF.

Os integrantes do grupo responderão pela prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas totais podem chegar a 28 anos de reclusão, informa a PF.

Procurado pela 💥️Folha, o advogado Leonardo Bueno Dechatnik, que defende Barros e a Unimetaverso, afirmou em nota que seu cliente e a empresa nunca foram objeto de processos por parte de investidores e refutou as acusações.

"Esses números [citados pela PF], mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial", disse Dechatnik.

O advogado também criticou a forma como a PF fez a prisão de seu cliente.

"Ressaltamos que a decisão de decretar prisão preventiva parece desproporcional, considerando que o caso não envolve violência ou grave ameaça, e que existem medidas cautelares mais adequadas para assegurar o andamento do processo. Alan Deivid de Barros, réu primário, profissional dedicado, não representa risco à sociedade."

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