Marielle teve atuação discreta em projeto de lei sob suspeita da PF de originar assassinato

A vereadora Marielle Franco (PSOL) teve atuação discreta durante os debates sobre o projeto de lei que, segundo suspeita a Polícia Federal, coincide com a "origem do planejamento" do seu assassinato, executado em março de 2018.

A PF afirma, em relatório do caso enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), que as divergências de Marielle na Câmara Municipal ao projeto de lei complementar 174/2016, de autoria do então vereador Chiquinho Brazão, "encontram-se no cerne da motivação do crime".

Reforça a suspeita da PF o fato de um assessor de Marielle ter relatado em depoimento uma forte reação de Chiquinho ao voto contrário da vereadora.

O deputado federal Chiquinho Brazão e o irmão Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), foram presos neste domingo (24) suspeitos de serem os mandantes do crime, cometido há seis anos. Eles negam terem participado do homicídio.

A determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, teve como base a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, preso em 2023 sob acusação de ser o executor do crime.

Segundo a PF, Lessa relatou ter ouvido de Domingos queixas sobre a atuação de Marielle em áreas de interesse da família. A polícia, contudo, relata que o ex-PM afirma existir a possibilidade de que um informante do grupo político tenha "superdimensionado" a atuação de Marielle.

A PF não aponta o projeto de lei como motivo, mas afirma que ele confere verossimilhança ao relato de Ronnie Lessa sobre o que foi a origem da ordem do crime.

"Não obstante a escassez de provas diretas decorrentes da natureza clandestina das tratativas que Ronnie Lessa alega ter mantido com Domingos e Chiquinho Brazão, é possível inferir que suas declarações sobre o motivo que teria ensejado a morte da vereadora Marielle Franco se mostram verossímeis diante dos dados e indícios ora apresentados", diz a PF.

"Aqui impende destacar que esse cenário recrudesceu justamente no segundo semestre de 2017, atribuído pelo colaborador como sendo a origem do planejamento da execução ora investigada, ocasião na qual ressaltamos a descontrolada reação de Chiquinho Brazão à atuação de Marielle na apertada votação do PLC n.º 174/2016."

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