Uma saída para água no Nordeste

Os desafios de acesso a água no Nordeste não são novidade para os brasileiros. A região apresenta grande diversidade física e climática, socioeconômica e de paisagens.

Sua localização em grande parte no semiárido, porém, significa estar exposta a baixos índices de precipitação e altas taxas de evaporação, grande variabilidade, rios intermitentes e pouca disponibilidade de água subterrânea, além da frequente ocorrência de secas.

É a região com o menor índice de Segurança Hídrica do Brasil, limitando o seu desenvolvimento socioeconômico. Os desafios históricos contribuíram para uma forte e tradicional dependência da infraestrutura hídrica, seja de armazenamento (açudes e barragens), tratamento ou condução de água (canais e adutoras).

Com cerca de 18% da área total do país e uma população de mais de 54 milhões de habitantes (26,9%, dados de 2022) majoritariamente urbana, a região precisa, com urgência, de planejamento e ações para lidar com os desafios, muitos deles impactados fortemente pelas mudanças climáticas.

Muitos dos avanços no desenvolvimento da infraestrutura hídrica do NE ocorreram no último século e meio a partir de políticas e investimentos federais. A Política Nacional de Recursos Hídricos, aprovada em 1997, trouxe possibilidade para avanços na estrutura institucional dos estados e ampliação da capacidade para a gestão dos recursos hídricos, mas ainda permanecem lacunas importantes.

No tocante ao saneamento básico, por exemplo, diversos programas foram lançados ao longo dos anos, mas a região avançou pouco, uma vez que estudos indicam que 5 em cada 7 habitantes ainda estavam sem coleta de esgoto, com baixos índices de tratamento, e 14 milhões de habitantes (25%) sem acesso a água tratada, em 2023.

Uma análise integrada do contexto nordestino mostra que a condição estrutural de escassez hídrica e secas vem se somando aos déficits de saneamento, gargalos na capacidade de gestão e vulnerabilidade climática, criando toda uma nova geração de desafios cuja gravidade varia conforme a realidade dos nove estados que compõem a região.

Esses desafios comuns e o compartilhamento de bacias hidrográficas pelos estados (chamadas bacias interfederativas) requerem soluções integradas e proativas (não reativas), seja na forma de estratégias comuns para investimentos, compartilhamento de dados e informações, modelos de governança e até experiências.

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