Veto da Rússia extingue grupo que fiscaliza sanções da ONU a programa nuclear da Coreia do Norte

A Rússia disse nesta sexta-feira (29) que as grandes potências precisam de uma nova abordagem em relação à Coreia do Norte, acusando os Estados Unidos e seus aliados de aumentarem as tensões militares na Ásia e de tentarem "estrangular" a ditadura de Kim Jong-un.

A Rússia exerceu seu poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta quinta-feira (28) para barrar a renovação anual de um painel de especialistas que monitoram a aplicação de sanções da organização contra Pyongyang contra seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos.

O grupo de monitoramento reportava-se duas vezes ao ano ao Conselho de Segurança da ONU, com recomendações de ações para aprimorar a implementação do regime de sanções.

A ação de Moscou, que prejudica a aplicação das medidas restritivas impostas após a ditadura realizar seu primeiro teste nuclear em 2006, reflete o dividendo de Kim ao se aproximar do presidente russo, Vladimir Putin, em meio à Guerra da Ucrânia.

"Para nós, é óbvio que o Conselho de Segurança da ONU não pode mais usar modelos antigos em relação aos problemas da península da Coreia", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Zakharova afirmou que os EUA estavam aumentando as tensões militares na região. Segundo a porta-voz, as restrições internacionais não melhoraram a situação de segurança e havia graves consequências humanitárias para a população da Coreia do Norte.

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"Os Estados Unidos e seus aliados demonstraram claramente que seu interesse não se estende além da tarefa de 'estrangular' a Coreia do Norte por todos os meios disponíveis, e um acordo pacífico não está em pauta de forma alguma", disse.

A votação teve ainda a abstenção da China, também aliada e principal parceira econômica da ditadura norte-coreana, que se recusou a "impor sanções cegamente" a Pyongyang. Todos os outros membros, permanentes e rotativas, votaram a favor da renovação do grupo de monitoramento.

"A situação na península continua tensa, e impor sanções cegamente não resolverá o problema. O único caminho é uma solução política", afirmou o porta-voz do chancelaria chinesa Lin Jian.

O veto russo é visto como um grande ponto de inflexão no regime de sanções internacionais contra a Coreia do Norte, formada em 1948 com o apoio da então União Soviética, enquanto a Coreia do Sul era apoiada pelos Estados Unidos.

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