Motéis se levam a sério, ou pelo menos era isso que eu ingenuamente achava

É pelas toalhas de banho dobradas cuidadosamente, no formato de um casal de cisnes? Pelas pétalas de rosa no cetim? Pelos recados escritos em batom vermelho que gritam paixão no espelho? Ou pelo espelho em si, mas no teto?

Peraí. Nas condições normais de temperatura e tesão, como saber ao certo quando se está num motel? Na minha casa, pelo menos, a certeza absoluta vem do lavabo. E de uma instalação não só hidráulica, como também antropológica.

Antes de mais nada, preciso esclarecer que sou entusiasta de erotismos não óbvios. Em detrimento das cintas-ligas e das lingeries transparentes, enxergo toda uma transgressão na seducência cotidiana das calcinhas bege ou de florzinha. Ao invés de carões e mordidas de lábio, toda a lascívia de sutiãs que demoram a ser desatados por entre gargalhadas.

Motel, para mim, sempre foi clichê de adultérios lúdicos e de casais que apimentam a relação como nas músicas do Wando e da Maiara e Maraisa. Apesar de ter ido a vários, nunca havia enxergado neles um senso de humor tendendo ao fanfarrão. Motéis se levam a sério. Ou pelo menos era isso que eu ingenuamente achava.

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