Detido na Rússia há mais de um ano e sem julgamento, jornalista americano fica isolado 23 horas por dia

Em 28 de março de 2023, o jornal americano The Wall Street Journal publicou uma reportagem intitulada "A economia da Rússia está começando a desmoronar". O texto, assinado pelos jornalistas Georgi Kantchev e Evan Gerchkovitch, dizia que a situação do país era complicada, com redução dos investimentos e escassez de mão de obra, apertando o orçamento nacional.

No dia seguinte, Gerchkovitch, 32, foi detido pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) na cidade de Ekaterimburgo e acusado de espionagem. Ele foi o primeiro americano detido sob tal acusação desde o fim da Guerra Fria.

Mais de um ano depois, ele permanece preso, sem julgamento e sem previsão de liberdade. Em 26 de março, um tribunal russo prorrogou sua prisão preventiva até 30 de junho. Não está claro quando será julgado e se será solto. Caso seja condenado, pode pegar até 20 anos de prisão, de acordo com o código penal russo.

De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Rússia até o momento não apresentou nenhuma prova da suposta espionagem por parte do jornalista. Gerchkovitch, a família dele, o WSJ e o governo americano negam veementemente a acusação. Segundo o diário americano, ele tinha credenciais de imprensa fornecidas pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Em 29 de março, no primeiro aniversário da prisão, o WSJ publicou em sua capa a frase "A reportagem dele deveria estar aqui" e, abaixo, um grande espaço em branco, para marcar a ausência de Gerchkovitch. Em carta, a editora-chefe do periódico, Emma Tucker, afirmou: "Na Rússia de Vladimir Putin, o trabalho por um jornalismo independente e a apuração de fatos –as marcas daquilo que defendemos no Journal– são considerados um crime."

A Casa Branca também se manifestou por comunicado naquele dia. "Continuaremos trabalhando todos os dias para garantir sua libertação. Continuaremos a denunciar e a impor sanções às terríveis tentativas da Rússia de usar os americanos como moeda de troca. E continuaremos a permanecer fortes contra todos aqueles que procuram atacar a imprensa ou atacar os jornalistas –os pilares da sociedade livre."

O Departamento de Estado dos EUA declarou que o jornalista foi detido injustamente, e o presidente Joe Biden prometeu à sua família que o traria de volta.

Os pais de Gerchkovitch migraram da antiga União Soviética para os EUA. Ele aprendeu russo com eles e construiu uma carreira como jornalista focado no país.

Segundo o WSJ, ele é mantido na prisão russa de Lefortovo, a leste de Moscou, e fica a maior parte do tempo isolado. Passa 23 horas em uma pequena cela e sai para caminhar e fazer exercícios durante apenas uma hora por dia.

O que você está lendo é [Detido na Rússia há mais de um ano e sem julgamento, jornalista americano fica isolado 23 horas por dia].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...