Afantasia: Não consigo ver meus filhos em meus pensamentos

A maioria das pessoas consegue visualizar imagens na cabeça —o aspecto de uma maçã, a aparência de sua cozinha ou o sorriso do seu melhor amigo —, mas nem todos.

E aqueles que não conseguem estão provavelmente entre o 1% de pessoas com afantasia extrema, de acordo com uma revisão de estudos sobre o fenômeno.

Eles também são menos propensos a reconhecer rostos, a lembrar o som de uma música ou o barulho de uma lixa, e mais propensos a trabalhar nas áreas de ciências, matemática ou informática.

Acredita-se que até 6% da população pode experimentar algum grau de afantasia.

Não se trata de um distúrbio e não significa falta de imaginação, mas pode ter efeitos sutis no cotidiano, diz o professor Adam Zeman, professor honorário de neurologia da Universidade de Exeter, que criou o termo há quase 10 anos.

A britânica Mary Wathen, 43 anos, acha "alucinante" que outras pessoas possam criar imagens em suas cabeças.

"Eu simplesmente não consigo entender o que eles realmente querem dizer. Onde está essa imagem e como ela é?", pergunta.

"Para mim, se você não pode ver algo com os olhos, não existe."

Mary não consegue visualizar eventos importantes em sua vida, como o dia de seu casamento. E a menos que eles estejam com ela, Mary também não consegue trazer à mente a imagem de seus dois filhos.

"Não vem uma imagem —tenho todas as memórias, apenas me lembro delas de forma muito diferente", diz Mary.

"Como alguém descreveu uma vez, todo o hardware está funcionando, mas o monitor não está ligado."

Mary descobriu que era diferente da maioria das outras pessoas quando conversava com amigos.

Ela se surpreendeu ao descobrir que seu marido conseguia facilmente visualizar eventos passados, como se estivesse assistindo a um filme.

O lado positivo, diz, é que ela é uma ótima comunicadora verbal, porque não supõe nada —o que importa são as palavras. Ela também sente as coisas profundamente.

"Sou uma pessoa muito emotiva, guiada por instintos —por isso, quando me lembro de algo, é um sentimento em vez de uma imagem", diz Mary.

Mapas mentais nunca foram uma ferramenta útil para exames, por exemplo, e ficção fantástica não funciona, pois ela não consegue acessar esse universo em sua mente.

"Eu só vejo o que é real e está na minha frente —não importa se vi há um minuto ou há uma hora", diz Mary.

O que você está lendo é [Afantasia: Não consigo ver meus filhos em meus pensamentos].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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