Israel mata 3 filhos e 4 netos de líder político do Hamas na Faixa de Gaza

As forças militares de Israel mataram, na Faixa de Gaza, três filhos e quatro netos de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas que atualmente mora no Qatar. O ataque, admitido por Tel Aviv, ocorreu num momento em que o alto escalão do grupo terrorista analisa uma nova proposta de trégua e soltura de reféns —não está claro como as mortes podem impactar as negociações.

Haniyeh é a autoridade da facção mais conhecida no exterior durante a guerra com Israel. Ele tem voz ativa nas negociações sobre os reféns e os rumos do conflito e, segundo Tel Aviv, teria planejado ataques contra civis. Em novembro, outra ofensiva de Israel já havia destruído a casa da família do líder.

Os filhos e netos foram mortos em uma ação com drone enquanto se deslocavam de carro no campo de refugiados Al-Shati, no norte do território. Segundo o Hamas, eles visitavam familiares no primeiro dia do feriado muçulmano Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã e costuma ser celebrado com comidas típicas, reuniões entre amigos e preces específicas.

O líder Haniyeh acusou Israel de agir com "espírito de vingança e assassinato" e afirmou que o ataque não vai forçar o grupo islâmico a negociar uma trégua. Líderes do Hamas disseram na terça (9) que estavam avaliando uma nova proposta de cessar-fogo, embora tenham se referido às condições impostas por Tel Aviv como "intransigentes" e dito que elas não satisfaziam as exigências palestinas.

"O sangue dos meus filhos não é mais caro do que o sangue do nosso povo", disse nesta quarta (10) Haniyeh, 61, que tem 13 filhos e filhas no total, segundo pessoas próximas do Hamas. "Nossas exigências são claras, específicas, e não faremos concessões. O inimigo se ilude se achar que alvejar meus filhos, no clímax das negociações e antes que o movimento envie resposta, levará o Hamas a mudar o posicionamento."

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Após seis meses de guerra, o Hamas quer o fim das ações militares de Israel em Gaza, a retirada completa das tropas do território, além da autorização para que os palestinos forçados a se deslocar voltem aos seus lares.

De acordo com a imprensa israelense, o ataque não foi discutido pelo gabinete de guerra do país. Uma autoridade de Tel Aviv disse ao jornal The Times of Israel que o premiê Binyamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, não foram informados da ação de forma antecipada. Já a emissora Kan News disse que o ataque poderia comprometer as negociações em andamento.

Nomeado para o cargo mais alto do grupo terrorista em 2017, Haniyeh se mudou para a capital do Qatar, Doha, evitando assim as restrições de viagem impostas por Israel em Gaza. Do exterior, o líder se comunica com aliados do Hamas, incluindo membros da Guarda Revolucionária iraniana, além de atuar como negociador nos diálogos sobre cessar-fogo.

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