Ex-presidente da Colômbia, Uribe vira réu por suposto suborno de testemunhas

O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, um dos políticos mais influentes do país sul-americano, virou réu na terça-feira (9) por suposta manipulação de testemunhas e fraude processual em um caso que investiga sua eventual participação em grupos paramilitares.

Em nota, o Ministério Público afirmou que um promotor havia acusado Uribe de ser o mandante de um de suborno de testemunhas. O comunicado não detalha quando começaria o julgamento.

O político, popular pela política de linha dura de seu governo para enfraquecer as guerrilhas colombianas, pode pegar pena de até oito anos de prisão. Nesta quarta (10), ele afirmou que a investigação é motivada por "vinganças políticas" e disse ser acusado "sem provas", em uma mensagem na rede social X.

O caso começou em 2012, quando, então senador, Uribe apresentou uma denúncia contra o congressista de esquerda Iván Cepeda. O ex-presidente acusava o opositor de um suposto complô, produzido com testemunhas falsas, para associá-lo a grupos paramilitares de extrema direita responsáveis por violações de direitos humanos em uma guerra clandestina contra as guerrilhas colombianas.

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A Suprema Corte, no entanto, não só se absteve de julgar Cepeda como começou a investigar o ex-presidente em 2018 sob a mesma suspeita: manipulação de testemunhas contra seu opositor.

Em agosto de 2023, o tribunal determinou a prisão domiciliar do ex-presidente enquanto avançava em sua investigação. Em seguida, Uribe renunciou ao seu cargo no Senado e seu caso passou para a justiça comum, que suspendeu a ordem de reclusão contra o político e reiniciou todo o processo.

A Procuradoria-Geral pediu à Justiça para arquivar o caso em várias ocasiões, o que foi rejeitado por juízes que viram evidências suficientes para levar Uribe a julgamento.

Segundo o Ministério Público, essa última movimentação no caso aconteceu após o surgimento de novas provas. Uma delas teria sido uma declaração de Juan Guillermo Monsalve, um ex-paramilitar que garante ter recebido mensagens de Diego Cadena, um dos advogados do ex-presidente no caso, pedindo uma mudança em seu testemunho.

O órgão mudou recentemente de direção. A advogada Luz Camargo assumiu a Procuradoria-Geral há algumas semanas após ser eleita pela Suprema Corte entre três nomes propostos pelo presidente de esquerda Gustavo Petro, inimigo histórico de Uribe.

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