Como Nadson o Ferinha remodelou o arrocha a partir de seresta e sons de teclado

Em 2023, os Barões da Pisadinha foram de dupla baiana desconhecida nacionalmente a músicos mais ouvidos do país ao apostar num tipo de forró sintético, com base no teclado, chamado de pisadinha. Na mesma época, no interior de Sergipe, o cantor Nadson o Ferinha e seu produtor musical, Coruja, preparavam um movimento estético semelhante, mas a partir de outras bases.

"Quem vive aqui na região ouviu um som parecido com esse que a gente faz hoje com Pablo e os Asas Livres", diz Coruja, citando o Rei da Sofrência e sua antiga banda, fundadores do arrocha no fim dos anos 1990. "Ultimamente, isso tinha sumido. Resolvemos fazer um som semelhante, só que com novas abordagens, elementos mais modernos e que se encaixassem no paredão."

O resultado dessas experimentações está nos dois volumes do álbum "Seresta pra Paredão", seguidos por "Serestão do Ferinha", que fizeram o cantor se tornar uma das principais revelações da música brasileira no ano passado. Mais que conquistas pessoais, como vencer um Prêmio Multishow, ele se tornou o principal responsável por repaginar o arrocha —e a partir da seresta.

No Sua Música, maior streaming brasileiro de música, e o mais consumido no Nordeste, o arrocha se tornou o segundo gênero mais escutado. É uma ascensão puxada por Nadson o Ferinha, que emplacou o álbum "Seresta pra Paredão 3.0" entre os dez mais ouvidos da história da plataforma. Da lista, é o único disco de arrocha, estilo que teve um crescimento de 50% nas buscas e reproduções em 2023.

Mas, apesar de ter despontado apenas no ano passado, não é de hoje que o nome de Nadson o Ferinha —ídolo de Davi, participante do BBB 24 que já cantou várias de suas músicas no programa da Globo— é falado. Nascido em Tobias Barreto, cidade no sul de Sergipe, já perto da Bahia, com cerca de 50 mil habitantes, ele começou a cantar no banheiro com 11 anos e foi notado pelo tio tecladista, Elinaldo.

O nome foi dado pelo parente quando a dupla entrou em estúdio pela primeira vez. "Ele falou, ‘vou colocar ‘Ferinha’", diz o cantor, hoje com 21 anos. "Acho que é por eu ter começado muito novo a cantar sofrência, arrocha, essas coisas. E ficou assim até hoje."

Aos 12, já conhecido pelos vídeos nas redes sociais, participou de um encontro ao vivo na televisão com seu maior ídolo —Pablo, que vivia seu auge midiático. Nadson foi uma das atrações do "Programa do Gugu", na Record, onde ganhou certa projeção.

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