Biocombustível puxa preço dos óleos vegetais e alimentação sobe

Petróleo sobe, puxa os preços dos óleos vegetais utilizados na produção de biocombustível, e o Índice de Preços dos Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) de março ficou 1,1% acima do de fevereiro. É a primeira alta mundial dos alimentos após sete meses em queda.

O principal aumento dos preços veio dos óleos vegetais, que, em março, ficaram 8% mais caros do que em fevereiro. As altas vieram dos óleos de palma, de soja, de girassol e de colza. Na média, registraram o maior valor em um ano.

A produção do óleo de palma foi menor, e a demanda da Ásia cresceu. Já a alta mundial do óleo de soja ocorreu devido à maior procura pelo produto pelo setor de biocombustível, principalmente no Brasil e nos Estados Unidos. Segundo a FAO, a elevação dos preços dos óleos vegetais ocorreu, ainda, devido ao aumento dos preços do petróleo.

Os óleos vegetais não estiveram sozinhos nessa pressão. A FAO destaca também o reajuste de carnes e de produtos lácteos.

Após pico de preços em 2022, as carnes estavam com queda no mercado internacional. Em março de 2022, a tonelada de carne bovina chegou a US$ 6.250. Recuou para US$ 4.650 em fevereiro de 2023, e retornou para os US$ 5.000 neste ano. Frango e suínos, com maior demanda, também voltaram a subir.

Os lácteos revertem tendência e voltam a subir. Oferta menor, devido à quebra de produção em regiões importantes, como a da Oceania, e maior importação pelos países asiáticos forçaram uma alta de 3% nos preços de março, em relação aos de fevereiro. Sobre março de 2023, no entanto, ainda há queda de 8,2%.

Essa mesma tendência ocorre no Brasil, onde a menor captação de leite provoca uma disputa entre os laticínios, impulsionando os preços internos.

O aumento mundial dos alimentos só não é maior neste ano porque os cereais mantêm tendência de queda. Em março, o recuo foi de 2,6% sobre fevereiro, mas acumulam queda de 20% em 12 meses.

A concorrência entre exportadores e as perspectivas de safra melhor provocam a terceira queda mensal nos preços do trigo. No milho e no sorgo, a alta é discreta, enquanto o arroz tem retração de 1,7%.

O arroz começa a ter um cenário menos tenso do que no ano passado, quando vários países impuseram barreiras às exportações, inclusive a Índia, que detém 40% do mercado mundial do cereal.

Segundo o IGC (International Grains Council), a produção mundial da safra 2024/25 deverá ser de 521 milhões de toneladas, superando a de 2023/24, estimada em 511 milhões. O consumo será de 519 milhões, e os estoques mundiais aumentam para 169 milhões de toneladas.

💥️Carne bovina O Brasil deverá abrir o mercado da Turquia nos próximos dias com uma cota anual de 20 mil toneladas. O setor espera avanços nesse volume inicial, em vista da boa relação do custo e benefício da proteína brasileira.

💥️Café A saca do robusta supera os R$ 1.000 e se aproxima do valor da do arábica, tradicionalmente bem mais elevado.

💥️Café 2 Há um ano, o valor da saca do café robusta correspondia a 58% do de uma do tipo arábica. Nesta semana, essa relação é de 90%, conforme dados de acompanhamento das cotações do Cepea.

💥️Café 3 Diante dessa variação de preços e dificuldades em abastecimento, devido às ocorrências geopolíticas no mundo, o setor vai avaliar o cenário mundial e buscar caminhos em seminário internacional da Associação Comercial de Santos no próximo mês, em Santos (SP).

💥️Exportações A saída de soja pelos portos brasileiros deverá atingir 15,3 milhões de toneladas neste mês, segundo a Anec (Associação Nacional de Exportadores de Cereais).

💥️Exportações 2 Se confirmado, o volume de janeiro a abril deste ano somará 52 milhões de toneladas, próximos dos 52,8 milhões de igual período do ano passado

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