FMI alerta que crises em emergentes do G20 afetam crescimento até dos mais ricos
Choques internos nas economias emergentes do G20 estão afetando cada vez mais o crescimento do mundo rico, de acordo com um relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) publicado nesta terça-feira (9).
Esses países —que vão da China, a segunda maior economia do mundo, à conturbada Argentina— tornaram-se tão inseridos na economia global, especialmente por meio do comércio e das cadeias de valor de commodities, que "não estão mais apenas do lado que sofre os efeitos dos choques globais".
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"Desde 2000 as repercussões de choques internos nos mercados emergentes do G20 —especialmente na China— aumentaram e agora são comparáveis em tamanho às repercussões de choques nas economias avançadas", escreveu o FMI em um capítulo de seu relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, divulgado antes das "Reuniões de Primavera" do FMI e do Banco Mundial, na próxima semana, em Washington.
Segundo o relatório, os choques internos na China podem explicar até 10% da variação da produção em outros mercados emergentes após três anos, e 5% nas economias avançadas, enquanto os choques de outros mercados emergentes do G20 são responsáveis por até 4% da variação em outras economias emergentes e avançadas.
A natureza entrelaçada das economias ressalta os riscos de choques em países distantes para o mundo rico, mas também o impulso que eles podem receber se as economias se fortalecerem novamente.
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As dez economias emergentes do G20 —Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Turquia— mais do que dobraram sua participação conjunta no PIB global desde 2000.
De modo geral, as repercussões quase triplicaram desde o início dos anos 2000, lideradas pela China, enquanto os riscos de repercussão do Brasil, da Índia e do México também cresceram moderadamente.
A China está lutando para superar ventos econômicos contrários prolongados, com altos níveis de dívida do governo local limitando o investimento em infraestrutura e o mercado imobiliário entrando em seu quarto ano de queda livre. A confiança do consumidor e do investidor também está sob pressão.
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O FMI disse que a guinada da economia russa em direção à Ásia provavelmente mudará a direção dos efeitos colaterais.
Em todos os mercados emergentes do G20, o FMI alertou que o crescimento médio de 6% ao ano nos últimos 20 anos seria desacelerado e reduziu a perspectiva de crescimento de médio prazo para 3,7%.
O FMI pediu aos formuladores de políticas que mantenham amortecedores suficientes e fortaleçam as estruturas de políticas para gerenciar possíveis choques.
"A perspectiva moderada para os mercados emergentes do G20 corre o risco de se espalhar e atrasar o crescimento e o desenvolvimento em outros mercados emergentes e economias em desenvolvimento", afirmou o relatório.
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