Ucrânia aprova lei que turbina mobilização militar após derrotas para Rússia

O Parlamento da Ucrânia aprovou nesta quinta-feira (11) um projeto de lei que endurece as regras para a mobilização militar. O texto representa uma tentativa de reabastecer as tropas do país em um momento crítico para Kiev na guerra contra a Rússia —nos últimos meses, as forças invasoras conseguiram avançar ainda mais no leste ucraniano.

O projeto, que ainda precisa de aval do presidente Volodimir Zelenski, restringe isenções ao serviço militar e amplia penalidades para quem tentar burlar a convocação. O texto, impopular, recebeu críticas após os parlamentares excluírem, de última hora, um dispositivo que determinava a dispensa dos soldados que completassem 36 meses de serviço.

Militares ucranianos relatam que as tropas estão exauridas após o fracasso da contraofensiva lançada pelo país em meados de 2023 e dos atrasos na entrega da ajuda prometida pelas potências ocidentais. Ao mesmo tempo, os soldados tentam conter os ataques das forças russas com quantidades escassas de recursos e munições.

A necessidade de novas tropas é considerada urgente para a Ucrânia desde o ano passado, mas Zelenski vinha tratando o assunto com cautela. Nos últimos dias, diante de derrotas no front, o presidente mudou o tom, passando a defender com mais ênfase a mobilização de mais soldados.

Zelenski assinou na semana passada um projeto de lei que prevê a redução da idade do alistamento militar de 27 para 25 anos —o texto, votado havia um ano pelos deputados, aguardava a promulgação da Presidência. Já nos últimos dias, o líder pediu aos legisladores agilidade para votar o projeto que endurece as regras para a mobilização.

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O texto foi aprovado com uma maioria de 283 votos, escreveu Iaroslav Jelezniak, legislador do partido Holos, no aplicativo de mensagens Telegram. Não está claro quantas pessoas poderão ser recrutadas com a nova lei, tampouco se a Ucrânia, com sua atual escassez de munição, tem a capacidade de armar um grande número de soldados sem uma nova injeção de ajuda ocidental.

As novas medidas exigem que os homens ucranianos atualizem seus dados de alistamento junto às autoridades —atualmente, os escritórios de recrutamento precisam recorrer a uma base de dados incompleta e desatualizada. O texto ainda prevê o aumento de pagamentos para aqueles que se voluntariarem e permite que alguns condenados pela Justiça se juntem ao Exército.

Cerca de 300 mil soldados ucranianos atuam hoje nas linhas de frente da guerra contra a Rússia, segundo a agência de notícias Associated Press. "Aprovem essa lei, e as Forças Armadas da Ucrânia não decepcionarão vocês nem o povo ucraniano", disse o general Iurii Sodol aos legisladores antes da votação. "Estamos mantendo nossas defesas com nossas últimas forças."

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