Âyiné reformula todo seu projeto e deixa de lado livros com título na contracapa

A editora Âyiné, que goza de prestígio no mercado apesar de seu curto tempo de estrada, prepara uma grande reformulação gráfica. Até o logo vai ser outro.

O editor Pedro Fonseca conta que, entre as principais mudanças, está o abandono de uma das marcas distintivas da principal coleção da casa, Das Andere —obras com a capa inteira tomada por uma ilustração, com título e nome do autor só lá atrás, na contracapa.

"Ficou um pouco maneirístico, atrapalhava alguns autores, virou a 'editora da capa com título atrás'", comenta o fundador em telefonema da Itália, onde mora.

É de lá que vem outro traço essencial da Âyiné —e este seguirá firme e forte—, a aposta em dividir o catálogo em coleções, como livros que combinam bem na mesma estante. Agora, na ampla reorganização promovida com o designer suíço Marco Zürcher, elas terão uma unidade gráfica mais azeitada.

São sete coleções em atividade hoje, incluindo a Arco, primeira investida da editora em literatura contemporânea brasileira, capitaneada por Sofia Mariutti.

A próxima aposta dela, aliás, é "Nostalgias Canibais", estreia na ficção do tradutor piauiense Odorico Leal, uma coletânea de novelas e contos que abre com uma apetitosa releitura de "Macunaíma". Em seguida, ela deve publicar o próximo livro de Prisca Agustoni, vencedora recente do Oceanos.

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Já Fonseca ressalta o surgimento de outra coleção, "Biblioteca Científica", centrada em livros próximos à filosofia, começando com o italiano Giorgio Agamben e seu recente "Filosofia Primeira, Filosofia Última".

Mas o livro que é seu xodó —e que inaugurará o novo projeto, em maio— sairá independente de coleções: "Marca d'Água", do russo Joseph Brodsky, Nobel de Literatura que viajou o mundo e registra nesta publicação sua experiência em Veneza, terra de Fonseca.

💥️ROENDO AS UNHAS A Companhia das Letras já assegurou a publicação de um dos livros mais badalados do momento: "The Anxious Generation", ou "a geração ansiosa", em que o psicólogo Jonathan Haidt discute o que chama de "epidemia de doenças mentais" em crianças e jovens causada pelas mudanças de comportamento da última década. O livro deve chegar aqui em setembro —segure a ansiedade.

💥️CORAÇÃO QUE CHORA E RI Maryse Condé, escritora caribenha morta na semana passada, vinha passando por um bom momento no mercado brasileiro, que não deve arrefecer. A Rosa dos Tempos, que já publicou três livros da autora, trará ainda este ano o romance "Victoire, les Saveurs et les Mots" (ou "vitória, sabores e palavras"). Nos próximos, terá "La Vie sans Fards" (a vida sem rodeios) e "En Attendant la Montée des Eaux" (aguardando a subida das águas). Ela ainda é publicada pela editora Bazar do Tempo.

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