Brasil precisa decidir como e quando explorar eólicas offshore, diz executivo da Equinor

O Brasil discute um arcabouço regulatório para as usinas eólicas offshore (no mar), vistas com grande entusiasmo pelo governo e pela Petrobras, mas parece ter perdido a primeira janela de investimentos globais no setor.

Pelo menos é o que indica o ajuste de rumos da norueguesa Equinor, que em 2023 lançou um plano de transição energética com a meta de se tornar líder no segmento, mas mudou o foco para projetos em terra diante da escalada de custos de projetos marítimos.

"Os últimos dois anos foram muito desafiadores, com inflação alta, taxas de juros e custos aumentando significativamente", disse à 💥️Folha Pål Eitrheim, vice-presidente-executivo de Renováveis da companhia, uma das maiores investidoras no setor de petróleo brasileiro.

Ele ressalta, porém, que não houve recuo na meta de implementar entre 12 e 16 GW (gigawatts) em energias renováveis nos próximos cinco anos e que o Brasil terá papel importante nesse processo.

"Poucos lugares têm potencial semelhante ao do Nordeste brasileiro", afirmou.

💥️O plano de transição energética da Equinor prevê US$ 23 bilhões em renováveis nos próximos cinco anos. Como o Brasil está posicionado nesse plano?
Vamos continuar desenvolvendo projetos de óleo e gás por muitos anos. A demanda continuará existindo e a transição vai levar algum tempo. Mas, ao mesmo tempo, vamos descarbonizar o máximo que pudermos, reduzir as emissões de nossas operações pelo mundo.

Em 2023, cerca de 20% dos nossos investimentos foram para projetos de baixo carbono, como hidrogênio, captura e estocagem de carbono. Em 2025, serão 30% e, em 2030, cerca de 50%. Mas estamos fazendo isso no negócio de petróleo e gás.

O Brasil é um dos países mais importantes [de nossa estratégia em renováveis]. Mas, em muitos outros países, nosso foco tem sido a eólica offshore. Aqui, estamos focando em projetos em terra.

Os recursos em energia solar e eólica no Brasil são de classe mundial. Poucos lugares têm potencial semelhante ao do Nordeste brasileiro.

Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.

💥️Mas a Equinor assinou um acordo para avaliar eólicas offshore com Petrobras. Não haverá investimento nesse segmento?
O potencial para a produção de energia eólica offshore no Brasil é muito, muito grande.

Nós e outras empresas assinamos acordos com a Petrobras para avaliar isso. Mas a primeira coisa é que o Brasil precisa decidir o que quer fazer com esses recursos, como e quando desenvolvê-los.

O mesmo acontece com muitos mercados. Muitos países têm muitos recursos eólicos offshore, o primeiro passo é implementar um arcabouço regulatório. E eu sei que isso está acontecendo no Brasil. Cabe ao país decidir como desenvolver esse potencial.

💥️A meta da empresa é reduzir as emissões pela metade até 2030. É possível?
A maior fonte de emissões na Equinor neste momento são as nossas operações na plataforma continental norueguesa. A principal fonte para reduzir as emissões é eletrificar estas instalações de petróleo e gás com energia renovável a partir da costa.

Em vez de alimentar as plataformas com gás, vamos alimentar com energia renovável proveniente de terra. O nosso último campo tem emissões abaixo de um quilo de CO2 por barril. E a média global está em torno de 18 quilos. Portanto, é uma contribuição significativa para reduzir essas emissões.

Estamos usando uma mistura de energia eólica com hidrelétrica. Também temos um pequeno projeto onde fornecemos energia a partir de energia eólica offshore flutuante próxima a duas plataformas.

E isso está substituindo cerca de um terço do consumo de gás na plataforma. Também reduzindo significativamente as emissões. Mas a principal fonte de energia será a eletrificação com energia proveniente da costa.

O que você está lendo é [Brasil precisa decidir como e quando explorar eólicas offshore, diz executivo da Equinor].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...