Situações de estresse na meia-idade elevam risco de Alzheimer, diz estudo

Experiências de grande estresse vividas na meia-idade podem deixar marcas mais duradouras do que se pensa. Um novo estudo publicado na revista científica Annals of Neurology mostra que esses eventos podem estar associados ao risco elevado de surgimento de Alzheimer e outras demências no fim da vida.

Segundo Paulo Caramelli, professor de neurologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), as evidências são especialmente alarmantes para o Brasil. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o país é o 2º com maior nível de estresse no mundo, e o primeiro em termos de ansiedade.

Na pesquisa, conduzida em Barcelona, os especialistas entrevistaram mais de mil participantes para avaliar o número de eventos estressantes vividos por eles. Além disso, foram realizados exames para identificar biomarcadores relacionados à ocorrência de Alzheimer, como a inflamação cerebral (também chamada neuroinflamação).

Um desafio do estudo foi avaliar de forma objetiva experiências que são vividas de maneira subjetiva. Para contornar esse problema, os autores usaram uma lista prévia com 18 possíveis eventos capazes de provocar mudanças na vida das pessoas de forma geral.

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Caramelli explica que existem eventos estressores maiores universalmente reconhecidos, como crise financeira, perda de emprego, separação conjugal ou morte de familiar próximo. Com base em experiências assim, e não no nível geral de estresse do indivíduo, que o estudo foi feito.

Já a neuroinflamação e o acúmulo de betamiloide são fatores chave no desenvolvimento de diversas demências, como o Alzheimer. Típicas da velhice, cada vez mais evidências apontam que as raízes dessas doenças podem estar presentes também nos primeiros anos de vida.

Na pesquisa, a hipótese principal dos pesquisadores não foi confirmada. Eles acreditavam que os eventos estressores em geral poderiam favorecer a neuroinflamação, mas os dados não comprovam essa suposição. Entretanto, quando foi feito um recorte pela fase da vida, se viu que esses eventos podem ter efeitos neurodegenerativos em um determinado período da vida adulta: a meia-idade.

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