Haiti cria conselho presidencial após renúncia de premiê e crise de violência

Autoridades do Haiti instalaram nesta sexta-feira (12) um conselho de transição encarregado de restaurar a ordem e trazer estabilidade ao país assolado pela crise de violência. Em um mês, quase 100 mil pessoas fugiram da área metropolitana de Porto Príncipe devido à intensificação dos ataques de gangues armadas, segundo relatório da OIM (Organização Internacional para as Migrações) das Nações Unidas.

"O mandato do conselho presidencial de transição termina, no mais tardar, em 7 de fevereiro de 2026", diz o decreto publicado no diário oficial do país caribenho. Segundo o documento, os membros do conselho devem nomear rapidamente um primeiro-ministro —no mês passado, o premiê Ariel Henry renunciou em meio à crise no país.

As negociações para criação do conselho foram intermediadas por líderes da Caricom (Comunidade do Caribe) e pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.

A medida pode facilitar o envio de forças estrangeiras para lidar com a crise no país. O Quênia disse que poderia enviar policiais desde que seja instalado algum governo provisório no Haiti com quem dialogar. Outros países que haviam proposto enviar seus homens seguiram a mesma linha.

Diante da violência, Ariel Henry teve de ceder o poder para o governo de transição. O ex-premiê havia assumido o cargo em julho de 2023, cerca de duas semanas após assassinato a tiros do presidente Jovenel Moïse, que o tinha indicado ao posto. Desde então, o país enfrenta uma crise profunda na política e na segurança pública.

No início de março, porém, a situação se tornou insustentável, com gangues unindo forças para atacar locais estratégicos da capital, Porto Príncipe, e exigindo a renúncia do premiê.

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A violência aprofundou a crise humanitária. Segundo relatório divulgado pelo escritório de direitos humanos da ONU, os conflitos entre gangues no país mataram mais de 1.500 pessoas desde o início do ano, incluindo crianças. Algumas dessas mortes foram causadas por linchamentos, apedrejamentos e queimaduras.

"Fatores estruturais e conjunturais levaram o Haiti a uma situação cataclísmica, caracterizada por uma profunda instabilidade política e instituições extremamente frágeis", diz o texto.

Já o relatório da OIM constatou que entre 8 de março e 9 de abril, 94.821 pessoas fugiram da capital com destino principalmente a regiões do sul, que já acolhem 116 mil deslocados nos últimos meses. A agência ressalta que esses números não refletem necessariamente todo o fluxo, já que alguns deslocados não passam pelos pontos de controle em que os dados são coletados.

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