Promotor do Chile acusa Venezuela de encomendar assassinato de ex-militar opositor de Maduro

O Ministério Público do Chile encerrou a primeira fase da investigação do assassinato de Ronald Ojeda, ex-militar opositor de Nicolás Maduro que vivia em Santiago. O promotor encarregado do caso, Héctor Barros, disse em reportagem transmitida na quinta-feira (11) pela rede Chilevisión, que se trata de um crime político encomendado pela ditadura venezuelana.

"Nós sustentamos que isso [o crime] foi organizado, e o sequestro e subsequente homicídio do senhor Ojeda foram encomendados pela Venezuela", disse Héctor Barros, chefe da Promotoria Regional Metropolitana Sul.

Ex-tenente de 32 anos do Exército venezuelano, Ojeda vivia exilado em Santiago, no Chile, desde 2017. Ele foi encontrado morto no dia 1º de março, dez dias após ter sido sequestrado.

O governo de Gabriel Boric exigiu nesta sexta (12) que a Venezuela extradite dois supostos autores do sequestro e assassinato de Ojeda, segundo informações publicadas pelo El País. A ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá, alertou Caracas que "os olhos do mundo" estarão voltados para o seu comportamento.

As imagens das câmeras de segurança mostram três homens em uniformes da tropa de choque da polícia chilena chegando ao apartamento de Ojeda no 14º andar, às 3h15 do dia 21 de fevereiro, e o levando, descalço e de cueca, pelo corredor. Um quarto homem uniformizado ficou ao lado do porteiro enquanto um veículo cinza esperava do lado de fora.

Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo

Ojeda havia protestado contra Maduro antes e depois de fugir de seu país natal. "Ao povo da Venezuela, continuem firmes! Fomos derrubados, mas vamos nos reerguer", disse ele em vídeo postado no Instagram em janeiro de 2023, vestindo uma camiseta com a palavra "liberdade" escrito na gola e barras de prisão desenhadas sobre um mapa da Venezuela. "A ditadura na Venezuela é um bando de imbecis, um bando de homens fracos."

Em 24 de janeiro, o nome de Ojeda havia sido incluído em uma lista de 33 militares e ex-militares acusados de traição e de planejar atividades "criminosas e terroristas" contra Maduro.

Antes de o corpo do dissidente ser descoberto, Santiago havia instruído seu embaixador em Caracas a se reunir com o regime venezuelano a respeito do sequestro. A Venezuela, no entanto, negou o envolvimento. Diosdado Cabello, um dos principais membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), disse em seu programa de TV que "a Venezuela não tem nada a ver com o sequestro".

O que você está lendo é [Promotor do Chile acusa Venezuela de encomendar assassinato de ex-militar opositor de Maduro].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...