Temores sobre escassez de café fazem os preços dispararem para novas altas

Os preços globais do café estão disparando à medida que o clima quente e seco em importantes países produtores do sudeste asiático aumenta os temores de escassez.

Tanto os grãos de robusta mais baratos quanto os de arábica de alta qualidade subiram acentuadamente desde o início do ano.

Os futuros de robusta de Londres, referência global, atingiram US$ 3.948 (mais de R$ 20 mil) por tonelada na sexta-feira (12), um recorde desde o início da negociação do contrato há mais de 16 anos. Os futuros de arábica em Nova York também subiram para US$ 2,34 (quase R$ 12) por libra - o nível mais alto desde setembro de 2022.

A empresa italiana de café Lavazza recentemente culpou a queda na lucratividade pelo aumento dos preços do café, mesmo anunciando um aumento de 13% na receita no ano passado para US$ 3 bilhões (mais de R$ 15 bilhçoes). "O acentuado aumento no custo da matéria-prima" criou um cenário macroeconômico "extremamente complexo" para a indústria, disse o CEO do Grupo Lavazza, Antonio Baravalle.

A maior parte dos grãos de robusta do mundo, usados no café instantâneo e no expresso, é cultivada no Vietnã. Normalmente, a estação chuvosa do país já está bem avançada até meados de abril, mas, neste ano, uma onda de calor prolongada está danificando a safra.

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Isso agravou as restrições de oferta existentes e gerou preocupações entre os torrefadores sobre uma escassez global, provocando uma onda de compras, segundo Carlos Mera, chefe de commodities agrícolas no Rabobank. "Não há muito café não vendido no Vietnã."

Os torrefadores, especialmente na Europa, já estavam buscando aumentar seus estoques devido a preocupações com a cadeia de suprimentos, disse ele. Isso foi impulsionado por ataques de militantes houthis a navios no Mar Vermelho, que desde novembro têm forçado os navios que se deslocam entre a Ásia e a Europa a viajar pela rota muito mais longa ao redor do Cabo da Boa Esperança em vez de passar pelo Canal de Suez.

Mera acrescentou que eles também estavam tentando construir reservas antes de uma nova lei da UE que proíbe grãos de café cultivados em terras desmatadas, que entra em vigor em dezembro deste ano. Após esse prazo, todos os torrefadores que vendem para o bloco terão que fornecer dados de geolocalização para provar a origem de seus grãos importados.

Problemas de oferta em robusta têm elevado os preços de arábica, pois os torrefadores frequentemente misturam as duas variedades de grãos, disse Jonathan Haines, analista sênior de pesquisa do grupo de dados e pesquisa de commodities Gro-Intelligence.

O clima adverso no Brasil, maior produtor mundial do grão premium, também tem impulsionado o aumento dos preços do arábica, segundo Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities da Saxo. Aqui, as temidas fortes chuvas podem ter danificado as colheitas e reduzido o tamanho da safra.

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