Solidão de mulheres diminuiu, diz pioneira no comando do setor de hotelaria no século passado

"Minha história já foi contada milhões de vezes", afirma a empresária Chieko Aoki, quando a reportagem da 💥️Folha lhe pede para apontar o que mudou na participação feminina em cargos de liderança desde os tempos em que ela deslanchou no negócio de hotelaria.

Ainda no fim do século passado, ela se tornou conhecida como uma das raras mulheres no comando de grandes negócios no Brasil ainda no fim do século passado.

Japonesa naturalizada brasileira, Aoki veio para o país quando era criança.

Estudou direito na USP, administração no Japão, hotelaria nos Estados Unidos e chegou ao comando dos hotéis Caesar Park. Na rede, instalou seu próprio estilo de hospedagem de luxo, que misturava o atendimento clássico europeu com a precisão oriental e a tecnologia norte-americana da época.

Hoje, Chieko avalia que a população feminina na liderança empresarial não sente mais a solidão do passado: já não é tão difícil encontrar outras mulheres em cadeiras de diretoria, embora ela ainda considere baixa a presença nos cargos de CEO.

Na visão de Chieko, o perfil mudou. Se no passado as poucas mulheres à frente dos negócios no Brasil costumavam ser as próprias fundadoras ou familiares de um fundador, hoje é mais comum ver mulheres que cresceram como executivas.

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Da sua geração, alguns dos nomes mais famosos tinham laços familiares com seus negócios, como Liliana Aufiero (Lupo), Sônia Hess (Dudalina) e Luiza Trajano (Magalu), com quem Chieko construiu uma forte amizade.

"Muitas eram filhas de donos ou tinham começado o próprio negócio. Havia mulheres brilhantes fazendo acontecer e isso foi se tornando uma luz. Quando tinha uma referência, muita gente seguia", afirma.

Ela própria diz ter recebido incentivo e reconhecimento do marido, segundo a empresária, um feminista para os padrões da sociedade japonesa masculina na qual começou sua carreira. "A empresa dele foi uma das primeiras a colocar mulher na diretoria. Ele era diferente, abria porta para as mulheres. No Japão, você sabe, o homem passava e a mulher ficava para trás", afirma.

Nos anos 1970, Chieko ingressou na Aoki Corporation, grupo japonês que também atuava no ramo da construção.

Mais tarde, casou-se com o chairman, John Aoki, e impulsionou a expansão das operações da companhia, com faturamento bilionário e milhares de apartamentos em projetos hoteleiros nos continentes europeu, americano e asiático. Foi então que acumulou funções de comando da rede Caesar Park e da Westin Hotel & Resorts, adquirida pelo grupo nos anos 1980 e vendida na década seguinte.

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