Privatização da Emae atrai 3 interessados, e Eletrobras fica fora do leilão desta sexta

Três grupos registraram propostas para participar do leilão de privatização da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia de SP), que será realizado nesta sexta-feira (19).

Segundo pessoas a par dos tramites, as empresas que vão fazer ofertas para assumir o controle da companhia são a francesa EDF, a Matrix Energia e o Fundo Phoenix.

O preço mínimo por ação foi estabelecido em R$ 52,85. Vencerá a disputa quem oferecer o maior ágio sobre esse valor. No leilão, será oferecido o bloco com todas as 14,75 milhões de ações que dão ao estado o controle da companhia.

Remanescente da privatização da Eletropaulo, a Emae é a última companhia de energia ainda gerida pelo governo paulista. A expectativa é que o estado arrecade no mínimo R$ 780 milhões com o processo.

No mês passado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chegou a descrever o leilão da Emae como "badalado". No entanto, ao longo das últimas semanas, companhias que estavam estudando o projeto foram desistindo.

Uma delas é a Eletrobras, que hoje tem 64,8% das ações preferenciais e 39% do capital total. Outros grupos que estavam interessados mas abandonaram o leilão foram a Auren (Votorantim), a Âmbar (J&F) e a Energo-pro, empresa Tcheca que não topou o preço mínimo da ação.

Também pensaram em comprar a Emae o investidor Nelson Tanure e a Serena (ex-Omega Energia).

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Segundo Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos, quando o preço mínimo da ação foi divulgado, alguns players procuraram o governo para dizer que estava acima do que esperado.

"Eu acho que acertamos o preço mínimo. Não vamos ter um ágio tão grande, mas é o preço", diz.

Sobre os motivos que levaram o governo a abrir mão de sua última estatal de energia, Benini brinca que as pessoas nem sequer sabem o que é a Emae. "Se prestasse um serviço público a população reconheceria", diz.

Mas o principal, segundo ele, é a percepção de que o estado não tem papel no setor elétrico a não ser regulação e fiscalização.

"Geração de energia elétrica não é uma coisa que o estado precisa fazer. A gente acha que o privado faz melhor."

O secretário lembra que a Emae foi muito importante para o desenvolvimento industrial de São Paulo. A usina de Henry Borden, por exemplo, que fica em Cubatão, foi construída no período entreguerras.

"Metade dela está debaixo da Serra do Mar, para que, se tivesse ataque, ela conseguisse continuar produzindo energia elétrica", conta.

Benini diz que, na época, a usina ajudou a diminuir a quantidade de apagões temporários que aconteciam em São Paulo, o que atraiu indústrias para a região.

"O estado teve o papel importante de fazer esse investimento. Mas, hoje, qualquer um faz uma usina solar", diz. "Então, faz sentido o estado passar isso para o privado', acrescenta.

A Emae administra quatro usinas de energia no estado que somam potência instalada de 960,8 MW —a maior parte dessa capacidade vem do complexo Henry Borden, com capacidade instalada de 889 MW.

Além disso, opera os reservatórios Billings, Guarapiranga, Rio das Pedras e Pirapora, bem como barragens, diques e balsas que atravessam esses sistemas. Opera ainda o trecho canalizado do rio Pinheiros na capital, inclusive fazendo o controle de cheias do curso d'água.

Com um valor de mercado de R$ 2,3 bilhões, segundo o governo paulista, a empresa tem receita líquida de R$ 532 milhões e patrimônio líquido de R$ 1,16 bilhão.

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