Ataque de drone na Ucrânia devasta família de Odessa e põe fim a história de amor

Na fotografia, Anna Haidarjie seu filho de 4 meses, Timofii, mal podem ser vistos sob o cobertor manchado de sangue. Eles estão deitados nos escombros, aos pés das equipes de resgate em uniformes pretos e fluorescentes. Apenas dois braços, um da mãe, de 31 anos, e outro do filho, podem ser vistos saindo do cobertor.

"Parecia que eles estavam se despedindo", disse um dos socorristas, Serhii Mudrenko, sobre a imagem. Seus corpos foram encontrados nas ruínas fumegantes de um prédio de apartamentos atingido por um ataque de drones russos em março, na cidade de Odessa, no sul da Ucrânia, que matou 12 pessoas.

A fotografia, tirada pelos serviços de emergência do Estado ucraniano, circulou amplamente na Ucrânia e foi considerada um símbolo trágico do terrível preço cobrado dos civis pela guerra da Rússia.

Durante toda a busca, Serhii Haidarji, marido de Anna e pai de Timofii, ficou com os socorristas enquanto eles vasculhavam os escombros. Ele havia sobrevivido ao ataque com a filha de 2 anos do casal, Lizi, e estava esperando por um milagre. "Eu esperava que Anitchka sobrevivesse sob os escombros", disse Serhii Haidarji, usando seu apelido.

Os Haidarji estavam casados havia mais de três anos. Amigos e familiares disseram que eles eram inseparáveis e agiam como jovens amantes. Segundo eles, Serhii sempre levava flores para a esposa. Ele listou o número dela como "meu amor" em seu celular. E quando podia, o casal saía para apreciar o pôr do sol em um rio próximo. "Nós aproveitávamos cada momento. Estávamos vivendo a vida ao máximo".

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Mas agora, de pé perto do prédio destruído após horas de busca depois do ataque em março, ele estava percebendo que essa parte de sua vida havia terminado. Então, um amigo, que também era socorrista, olhou para ele dos escombros e tirou o capacete. "Eu soube imediatamente", disse Haidarji.

Sua história é apenas uma das tragédias vividas por muitos ucranianos desde o início da invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022. Os ataques russos mataram milhares de civis, segundo a ONU, destruindo sonhos, devastando famílias e acabando com histórias de amor.

Fotógrafo amador, Haidarji documentou extensivamente sua vida familiar no Instagram. As imagens agora representam o que foi perdido: viagens pela Ucrânia com sua esposa, piqueniques em família no mar Negro, ver Timofii crescer.

Ele disse que agora tinha que "suportar essa perda, essa dor", com a qual inúmeros outros ucranianos têm se deparado, e as perguntas, muitas vezes insuportáveis, que a acompanham: Por que o ataque matou sua esposa e não ele? Como ele pode fazer Lizi entender que ela nunca mais verá sua mãe e seu irmão?

"É muito difícil", disse ele em uma entrevista na casa da família de sua esposa em Odessa, com os olhos cheios de lágrimas. "Ainda preciso de algum tempo para recuperar o juízo".

Haidarji conheceu Anna em um acampamento cristão em 2023, nos arredores de Odessa. Ela, a sétima filha de um pastor com nove filhos, tinha um "gosto pela vida" e um sorriso deslumbrante, conta ele.

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