A patacoada do Senado

Há algo de curioso na chamada nova direita. Arvora-se à paladina das liberdades, como a de expressão, ao mesmo tempo em que apoia a criminalização de algumas drogas. Mas, se o Estado não deve punir alguém que critica o STF nas redes sociais, por que deve prender alguém por cultivar cannabis ou fumar um baseado?

Alega-se que o consumidor de maconha causa dano a ele e à sociedade. Bom, não é crime ser tabagista ou alcoólatra, que têm sérios problemas de saúde; e o dano à sociedade advém da proibição das drogas, como mostrou a Lei Seca nos EUA.

A lei brasileira ignora esses fatos e criminaliza algumas substâncias psicoativas. Na reforma de 2006, separou-se usuário, que não recebe pena de prisão, de traficante. O problema é que o diploma não tipificou essa diferenciação, e preconceitos social e racial têm sido usados como critérios pela polícia e pelo Judiciário.

Trata-se de uma grave falha técnica que o Congresso se recusa a solucionar. Ora, nem se está pedindo a legalização das drogas, mas tão somente que os parlamentares façam seu trabalho: elaborar e reformar leis a serviço da sociedade.

Mas, de modo vexatório, o Senado resolveu atender a seus interesses mesquinhos e colocou esse erro da Lei de Drogas na Constituição. Ou seja, não apenas não consertou o problema como inventou meios para dificultar a solução.

Em vez de agirem em prol da justiça e da população, os senadores agiram por birra infantil contra o STF, que atualmente julga a legalidade do porte de maconha.

O que você está lendo é [A patacoada do Senado].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...