Universidades dos EUA vivem tumultos em protestos sobre guerra em Gaza

Algumas das universidades mais prestigiosas dos Estados Unidos enfrentaram uma série de tumultos ao longo do fim de semana e nesta segunda-feira (22) em meio a protestos relacionados com a guerra Israel-Hamas.

De um lado, manifestantes defendem sua liberdade de expressão enquanto criticam as universidades e o governo israelense e defendem o fim dos ataques contra os territórios palestinos; de outro, parte dos estudantes judeus se diz temerosa e afirma que protestos contra a guerra se transformaram em antissemitismo.

A polícia prendeu dezenas de pessoas na manhã desta segunda durante uma manifestação em defesa da causa palestina na Universidade Yale, em Connecticut. A Universidade Columbia, em Nova York, cancelou as aulas presenciais em resposta aos manifestantes que montaram acampamentos em seu campus desde a semana passada, quando cem pessoas foram detidas.

Ao longo do dia, manifestantes se reuniram também no campus da NYU (Universidade Nova York), em Manhattan, em um clima tenso sob pressão da direção da instituição e de políticos republicanos, que exigiam que eles se retirassem. Por volta das 20h30 no horário local (21h30 em Brasília), a polícia deteve manifestantes, dispersou o acampamento no campus e cercou o local.

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Em outras partes do país, estudantes montaram acampamentos em universidades na área de Boston, como no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Alunos de Harvard, no mesmo estado, foram informados de que poderiam ser punidos se montassem tendas não autorizadas ou bloqueassem as entradas dos prédios da universidade. Também houve protestos na Universidade de Michigan, onde estudantes montaram um acampamento em defesa da liberdade de manifestação contra a guerra.

Agências de notícias relatam que, além de estudantes, pessoas que pareciam não ter ligação com as universidades se juntaram a protestos e intensificaram a tensão. Professores e funcionários das instituições também se envolveram, com críticas ao que é descrito como repressão aos alunos e como falta de ação contra o antissemitismo.

Shai Davidai, um professor de Columbia, acusou a universidade de bloquear seu acesso ao campus alegando não poder garantir a sua segurança —a universidade não se posicionou sobre o caso. O acadêmico, que é judeu e chama de terroristas os estudantes presentes nos atos, havia convocado para esta segunda um contraprotesto em defesa de alunos judeus e sionistas; para isso, ele sugeriu que o grupo portasse bandeiras de Israel e dos EUA em meio às manifestações pró-Palestina.

Em meio aos tumultos, as direções das universidades lidam com crises internas e pressões políticas. A reitora de Columbia, Minouche Shafik, enfrentou pedidos para renunciar. Todos os dez deputados republicanos na Câmara de Nova York, liderados por Elise Stefanik, escreveram uma carta exigindo que ela deixe o cargo. "A anarquia tomou conta do campus", diz a carta.

Em uma declaração pública, Shafik disse que os laços da comunidade de Columbia estão sendo severamente testados e que o volume das divergências no campus vem aumentando. "Não podemos permitir que um grupo dite os termos e tente interromper marcos importantes como a formatura para promover o seu ponto de vista. Vamos sentar, conversar, discutir e encontrar maneiras de chegar a um acordo sobre as soluções", disse. "A linguagem antissemita, como qualquer outra linguagem usada para ferir e assustar as pessoas, é inaceitável e serão tomadas medidas adequadas", complementou.

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