Villa-Lobos merecia mais, diz Víkingur Ólafsson, astro do piano, que toca em SP

Tudo em Víkingur Ólafsson deve estar impecável. Seu paletó azul-marinho é do tom dos óculos arredondados, um contraste com a pele branca, de um rosto imberbe e de mãos tão delicadas. É assim que o pianista islandês, de 40 anos, se apresenta ao mundo, um esteta, que se dedica a vislumbrar a clareza das coisas, as formas, os temas, as cores, porque sua música, um fenômeno nas plataformas de streaming, tem a rigidez e a serenidade, típica dos fiordes.

"É claro que podemos ouvir música de concerto no fone de ouvido", diz ele, em um dos camarins da Sala São Paulo. "E o modelo do streaming está funcionando muito bem para o repertório." Ólafsson pega, então, o seu telefone celular, abre um aplicativo e constata que, naquele momento, mais de mil pessoas estavam ouvindo uma gravação sua no Spotify. Com uma visão renovadora para a música de concerto, o pianista vive o auge de sua popularidade.

Ele não tem do que reclamar. Se você digitar no streaming o nome de um compositor, são altas as chances do algoritmo te redirecionar para um dos álbuns de Ólafsson. Viajando em turnê 200 dias por ano e com mais de 2 milhões de ouvintes por mês no Spotify — pouco mais de metade do que tem uma diva pop como Pabllo Vittar— ele está até domingo na capital paulista para fazer sua estreia com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp, e interpretar as "Variações de Goldberg", de Bach, em um recital.

Sua presença por aqui causou frisson entre os melômanos. A organização aumentou o número de assentos para a vinda do pianista, mas de nada adiantou. Os ingressos evaporaram em poucas horas. Ólafsson, por seu turno, aprovou a acústica da Sala São Paulo. "Fiquei feliz logo quando cheguei. Nem sempre é assim, a vida de um pianista pode ser bem estressante às vezes", afirma o artista, um admirador da música brasileira. No início da carreira, Ólafsson praticava peças de Heitor Villa-Lobos, um compositor, segundo ele, de primeira grandeza.

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