Deputada muçulmana é criticada por falar em judeus pró-genocídio em universidades dos EUA

Uma frase curta proferida pela deputada americana Ilhan Omar em apoio aos manifestantes pró-palestinos que protestam em universidades dos Estados Unidos criou tensão no Congresso do país. Ao rejeitar a ideia de que o movimento nos campi do país são antissemitas, Omar sugeriu que os judeus que apoiam a campanha militar de Israel em Gaza são "pró-genocídio". Em resposta, o deputado Don Bacon disse estar redigindo uma resolução para repreender formalmente Omar.

A deputada democrata por Minnesota é uma das duas mulheres muçulmanas na Câmara e uma das principais vozes pró-Palestina na política americana. Sua declaração foi proferida durante visita a um acampamento na Universidade Columbia para oferecer apoio aos manifestantes, incluindo a sua filha, que é ativista estudantil.

Questionada sobre antissemitismo, ela ressaltou que muitos dos participantes dos protestos eram judeus, e usou a frase que gerou polêmica. "Acho realmente lamentável que as pessoas não se importem com o fato de que todas as crianças judias devem ser mantidas em segurança", disse ela. "Não deveríamos ter que tolerar o antissemitismo ou a intolerância contra estudantes judeus, sejam eles pró-genocídio ou anti-genocídio."

A frase ampliou uma tempestade cada vez mais turbulenta para muitos na esquerda americana, à medida que confronta questões sobre até que ponto o antissemitismo está presente nas manifestações que acontecem em todo o país.

Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo

Bacon, deputado por Nebraska, ainda não tem um cronograma para divulgar sua resolução de censura contra Omar, mas disse que o comentário equivale a antissemitismo por parte da congressista uma incendiária progressista e, que atraiu críticas no passado por comentários incendiários.

"As pessoas podem protestar contra Israel, mas não culpem os estudantes judeus americanos por Israel", disse Bacon. "Isso é, por definição, antissemitismo."

O presidente da Câmara, Mike Johnson, republicano da Louisiana, chamou sua linguagem de "detestável".

O líder da Anti-Defamation League, uma organização americana que combate o antissemitismo. Classificou a frase de Omar como uma calúnia que poderia levar à violência contra os judeus e exigiu um pedido de desculpas.

Omar respondeu apresentando um relatório sobre o assédio anti-palestino e anti-árabe na Universidade de Massachusetts Amherst para explicar o seu uso do termo "pró-genocídio".

Em um momento em que os protestos pró-palestinos dividiram o seu partido, os líderes democratas tiveram pouco a dizer sobre o comentário de Omar. "Não é a linguagem que eu teria escolhido; não é algo que eu teria dito", disse o deputado Pete Aguilar, da Califórnia.

O senador Bernie Sanders, de Vermont, que é judeu e tem criticado abertamente as táticas de Israel em Gaza, defendeu Omar dizendo que "o ponto essencial que Ilhan destacou é que não queremos ver antissemitismo neste país". Ele acrescentou que "a palavra ‘genocídio’ é algo que está sendo determinado pelo Tribunal Internacional de Justiça".

Uma porta-voz de Omar, Jacklyn Rogers, disse: "A congressista condenou claramente o antissemitismo e a intolerância para todos os estudantes judeus".

"As tentativas de interpretar mal as suas palavras têm como objetivo desviar a atenção da violência e do genocídio em curso em Gaza e dos grandes protestos anti-guerra que acontecem em todo o nosso país e em todo o mundo", acrescentou

benefício do assinante

Assinantes podem liberar 💥️7 acessos por dia para conteúdos da Folha.

Já é assinante? Faça seu login ASSINE A FOLHA
  • Salvar para ler depois Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

  • Leia tudo sobre o tema e siga:

    O que você está lendo é [Deputada muçulmana é criticada por falar em judeus pró-genocídio em universidades dos EUA].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

    Wonderful comments

      Login You can publish only after logging in...