Documentário mostra que Guerra Fria não é apenas um marco no passado

Foi em 1980. O telefone tocou de madrugada e acordou Zbigniew Brzezinski, o principal assessor do então presidente Jimmy Carter. Do outro lado da linha o coronel Bill Odom informou que 200 mísseis com ogivas nucleares haviam sido disparados pela Rússia e em questão de minutos destruiriam os Estados Unidos.

Antes de acordar o presidente, Brzezinski pediu para que o militar fizesse uma nova ligação para confirmar que o mundo estava acabando. Novo telefonema. Era alarme falso. O alerta foi disparado por um chip defeituoso de 40 centavos de dólar no computador dos serviços de inteligência.

O episódio é narrado em "Ponto de Virada: a Bomba e a Guerra Fria", documentário em nove episódios, dirigido pelo americano Brian Knappenberger e que está no catálogo da Netflix.

A Guerra Fria opunha com equilíbrio os Estados Unidos à União Soviética. Os americanos chegaram a ter 30 mil bombas nucleares, e os russos, 40 mil. As duas superpotências terceirizavam seus conflitos e não se enfrentavam diretamente.

O documentário é caudaloso, com mais de uma hora em cada episódio. E traz como originalidade a crença de que a atual guerra na Ucrânia ainda é um prolongamento da velha Guerra Fria.

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Em sua longa extensão histórica, a bomba foi o ingrediente central da tensão que opunha americanos e soviéticos. Os Estados Unidos saíram na frente. Mas em 1949 Moscou anunciava seu primeiro teste nuclear, o que em princípio deixava os dois países em condições de igualdade.

O documentário acredita de modo implícito que Joseph Stálin tinha cientistas em quantidade suficiente para chegar à bomba. Não precisava que espiões lhe entregassem informações geradas por cientistas americanos.

Mesmo assim, as narrativas de espionagem foram um dos principais componentes ideológicos daquele período. A começar pelo casal Julius e Ethel Rosenberg, filiados ao Partido Comunista americano e que foram executados na cadeira elétrica após acusação de espionagem em 1953. Ou então, ainda nos Estados Unidos, a histeria anticomunista do senador Joseph McCarthy, que se perdeu ao tentar identificar militares comunistas supostamente infiltrados no Pentágono.

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