Despesas socioambientais da usina de Itaipu disparam em 2023

As despesas gerais e administrativas da Itaipu Binacional registraram aumento de 66% no ano passado em relação a 2022. O destaque foram os desembolsos voltados a projetos socioambientais, com alta de 82%.

A demonstração financeira do quarto trimestre, que consolida os resultados de 2023, mostram que a despesa total de usina subiu de US$ 1,8 bilhão para US$ 2,65 bilhões. Pela cotação do dólar nesta terça-feira (30), trata-se de um aumento de R$ 9,3 bilhões para R$ 13,7 bilhões.

De modo geral, quando a usina gera mais energia, o que ocorreu no ano passado, alguns custos podem subir, como o valor pago por royalties, o que explicaria parte dessa alta. No entanto, despertou atenção o avanço das chamadas despesas gerais e administrativas.

Esse grupo passou de pouco mais de US$ 1 bilhão para US$ 1,68 bilhão. Ou seja, de R$ 5,25 bilhões para R$ 8,7 bilhões pela conversão cambial. "É um aumento muito expressivo", destaca Ângela Gomes, diretora técnica da consultoria PSR, especializada em energia.

Despesas gerais e administrativas incluem dois tipos de gastos. Um deles se refere a operação, manutenção e administração da usina, que abarcam custos com o funcionamento da hidrelétrica e também com pessoal, como salário, previdência e outros benefícios.

Esse é um tipo de custo que cresce, mas sem sobressaltos. No ano passado, no entanto, teve um adicional de US$ 255 milhões, ou seja, um aumento de R$ 1,3 bilhão.

A maior alta nessas despesas, no entanto, ficou por conta dos programas socioambientais. Trata-se de um gasto controverso, questionado por especialistas porque obriga o consumidor de energia a financiar gastos públicos —entre eles obras, como estradas, pontes e pistas de aeroportos— via cobrança na conta de luz.

Os beneficiados são o Paraguai e, do lado de cá da fronteira, os estados do Paraná e 35 municípios de Mato Grosso do Sul.

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Esse gasto, cujo montante fica a critérios dos governos de Brasil e do país vizinho, praticamente dobrou. O acréscimo foi de US$ 416 milhões, ou seja, um extra de R$ 2,15 bilhões. O gasto saiu de US$ 505 milhões em 2022 para fechar o ano passado em US$ 921 milhões (de R$ 2,6 bilhões para R$ 4,76 bilhões).

O valor do aumento veio em linha com o projetado pela PSR, e reforçou a percepção de que Itaipu transformou em novos custos a maior parte da economia obtida com o fim do pagamento da dívida pela construção da usina.

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