Vencedores do Nobel endossaram coro pelo fim da guerra às drogas

Não precisa ser muito inteligente para reconhecer que a guerra às drogas está perdida. Basta um pouco de boa vontade para aprender mais sobre um tema cujas evidências levam a uma natural conclusão de que a atual abordagem tem causado mais danos que benefícios.

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Apesar dos significativos esforços e recursos investidos na repressão ao tráfico, os resultados têm sido desanimadores. Em vez de reduzir o uso e mitigar os danos associados às drogas, essa abordagem tem contribuído para o aumento da violência, a superlotação do sistema prisional e a marginalização de comunidades.

A proibição alimenta um mercado que, embora seja ilegal, não deixa de ser altamente lucrativo. Ela não apenas contribui para o aumento da criminalidade e corrupção, diminuindo a confiança no Estado, como também desvia recursos que poderiam ser mais bem utilizados em programas de prevenção, tratamento e reabilitação. Tal guerra também falha ao não abordar as causas subjacentes do uso problemático de substâncias, como a falta de oportunidades e a profunda crise de saúde mental.

Em 2014, a London School of Economics and Political Science (LSE) produziu um relatório abordando esses e outros pontos. Intitulado "Ending the Drug Wars" (Acabando com a guerra às drogas), o estudo, assinado por vários prêmios Nobel em Economia, foi um marco relevante no debate sobre políticas de drogas, fazendo com que diversos governos e organizações internacionais reconsiderassem sua abordagem em relação ao tema.

A ausência de tributação desse mercado, por exemplo, resulta em uma considerável perda de receitas fiscais para o Estado que poderiam ser utilizadas para mitigar danos e recuperar as comunidades profundamente afetadas. No entanto, na ausência de regulamentação do mercado, o que se observa são os elevados gastos necessários para sustentar uma guerra sem fim.

O encarceramento em massa representa um alto custo não apenas para o Estado, mas também para a sociedade, pois está associado à desintegração de famílias, à perda de mão de obra e à possibilidade de reincidência criminal. A criminalização impõe um ônus significativo aos contribuintes, com altos gastos governamentais destinados a investigações, prisões e julgamentos. Os custos extrapolam o lado financeiro, mas reverberam também sobre a dizimação de milhares de vidas de civis e policiais inocentes.

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