Homens são a maioria da população quilombola no Brasil, segundo Censo Demográfico 2023

Mais jovens do que a população geral, os 1.330.186 de quilombolas residentes no Brasil têm um perfil mais masculino na comparação com o registrado no total da população.

Nos territórios oficialmente delimitados, que abrigam 12,6% dos quilombolas no país, essas duas características são acentuadas, com mais homens do que mulheres até a faixa dos 74 anos de idade.

É o que apontam os dados inéditos do Censo Demográfico para esta população tradicional brasileira. Os dados de idade e sexo, coletados em 2022, foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (3) junto com informações sobre os povos indígenas.

O Censo mapeou a população de quilombolas em 1.700 municípios do país, e apontou que o índice de envelhecimento da população geral do Brasil é de 80 —isso significa que para 100 pessoas de 14 anos ou menos, há 80 com 60 anos ou mais. Entre quilombolas, esse número cai para 54,98, e dentro dos territórios oficialmente delimitados, para 43,68.

É no Norte do país que a população exibe uma pirâmide etária mais jovem. Em seguida vem o Nordeste. A região tem a maior parcela (68%) dos quilombolas no Brasil e abriga o território mais jovem, São Tomé Açu, no Pará.

Dos 304 residentes na comunidade, 145 (47,7%) têm até 14 anos. Já a comunidade com mais pessoas até 29 anos, idade limite para a classificação de jovem, segundo o IBGE, é Tatituquara, em São Sebastião, também no Pará. Dos 283 residentes, 222 têm até 29 anos.

No outro extremo, a comunidade quilombola no país com perfil mais velho é Tomás Cardoso, em Goiás, com nove de seus 23 residentes com 60 anos ou mais.

Já o recorte de sexo mostra que os quilombolas dentro de territórios oficialmente delimitados representam um quadro similar ao da população preta no país, único grupo a ter mais homens do que mulheres.

Entre quilombolas, a proporção de homens é maior até a faixa dos 24 anos de idade, e nos territórios, essa maioria vai até os 74 anos. No Brasil, como revelou o Censo, os homens são a maior parte da população nas faixas etárias até os 19 anos, e depois são superados pelas mulheres.

A comunidade com perfil mais masculino é São João, em Adrianópolis (PR), formada por 21 homens e 10 mulheres. Já a mais feminina é Areal Luiz da Guaranha, em Porto Alegre (RS), com 134 mulheres entre seus 218 residentes, uma parcela de 61,5%.

Para essas comparações, o IBGE usa a razão de sexo, que calcula quantos homens existem para cada centena de mulheres. Em todo o Brasil, há 94,25 homens a cada cem mulheres. No caso de pessoas pretas, o número sobe para 103,9.

No total de quilombolas, contando quem vive dentro e fora de territórios, são 100,8 homens para cada centena de mulheres. Dentro das comunidades, são 105,89, e fora, 99,27.

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