Centrais veem 1º de Maio esvaziado como ápice da crise do movimento sindical

Líderes sindicais afirmam que o ato do Dia do Trabalho realizado na quarta-feira (1º) no estacionamento da Neo Química Arena, na zona leste de São Paulo, foi um marco histórico negativo para a organização dos trabalhadores no Brasil.

Principal atração, o presidente Lula (PT) disse no palanque que o ato havia sido "mal convocado" e que não havia sido feito "o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar".

Sindicalistas afirmam que o diagnóstico do petista foi acertado. "Esse 1º de Maio foi o ápice da crise que o movimento sindical atravessa nos últimos anos. Foi um marco histórico. Para o sindicalismo, é se reinventar ou morrer", afirma o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), presidente de honra da Força Sindical.

"Lula colocou uma pá de cal no 1º de Maio. Precisamos repensar o formato do evento para os próximos anos", diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Em edições anteriores, houve sorteio de carros e apartamentos e shows de artistas famosos, com a presença de dezenas de milhares de pessoas e políticos de orientações ideológicas variadas.

Ainda que não se discuta a retomada desse formato nos mesmos moldes, dirigentes afirmam que o modelo precisa ser menos engessado que o atual, em que só participam artistas alinhados politicamente às centrais sindicais de esquerda, e menos hostil a políticos que não façam parte do arco de alianças do PT, ao qual a CUT (Central Única de Trabalhadores) é ligada.

"O Lula está correto. Temos que fazer um mea culpa de nossa incapacidade de levar mais gente", afirma Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

"Precisamos repensar o 1º de Maio e debater nosso papel enquanto sindicatos. Temos dificuldade de interlocução com jovens, que hoje mudam de emprego a cada ano e querem mais flexibilidade. Temos que discutir e-commerce, home office. Temos que ter mais capacidade de nos organizarmos junto a mulheres, LGBTQIA+, negros. A quebra de paradigma agora é necessária para a nossa sobrevivência", completa.

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