Mulheres influenciadoras de finanças têm 21% mais seguidores que homens
A 6ª edição do relatório FInfluence, realizado semestralmente pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), mostra que, embora as mulheres influenciadoras de finanças sejam minoria e publiquem menos, elas possuem em média 21% mais seguidores do que os homens.
Dos 534 influenciadores ativos nas redes sociais que falam sobre investimentos, 64% são homens, 24% são empresas e apenas 12% são mulheres.
Segundo Amanda Brum, gerente executiva de Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados da Anbima, o universo dos influenciadores de finanças inevitavelmente reflete o que acontece no mercado financeiro.
"Se a gente olhar para o mercado financeiro, as mulheres ainda são minoria. É um quadro que está mudando, especialmente nos cargos de entrada, nas posições mais iniciais e até mesmo na média de gerência, mas, quando a gente olha para o topo da pirâmide, ainda são muito poucas mulheres que estão lá. E, quando a gente olha para os influencers, essa realidade se reflete ali", diz.
Ainda assim, a gerente da Anbima observa que as influenciadoras de finanças possuem uma vantagem: os dados mostram que elas tendem a se humanizar mais na internet.
Segundo Brum, isso ajuda a explicar o fato de as mulheres possuírem mais seguidores, mesmo abocanhando uma fatia menor do mercado, publicando 8,8 vezes menos do que os homens e, consequentemente, possuindo engajamento médio 19% menor.
"Elas falam mais da vida cotidiana, dos desafios, não só do trabalho, mas também de maternidade, de administração da casa, de carga mental, ainda que o grosso do conteúdo que elas tratem seja de finanças e investimentos", diz Brum.
"Elas também contam mais histórias de superação, como chegaram lá, por que começaram a dar importância para cuidar do dinheiro. Então, à medida que a pessoa se humaniza e se expõe mais, é meio que um fenômeno psicológico, sabe? A conexão que ela gera é maior", afirma.
Brum acrescenta que cada vez mais mulheres também têm buscado certificações na Anbima para se tornar especialistas, o que aumenta seu espaço no mercado financeiro e eleva seu poder nas redes sociais como vozes qualificadas
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Se no total dos influenciadores de finanças elas correspondem a 12% do mercado, olhando para o ranking geral dos mais influentes nesse segmento, as mulheres são 20% do top 10 dos perfis que mais se destacam.
Já na segmentação por rede social, dos cinco maiores influenciadores do Instagram, mídia que possui a maior porcentagem de perfis de finanças, duas são mulheres, sendo que elas ocupam a segundo e a terceira posição. São elas, respectivamente: Nathalia Arcuri e Carol Dias (dona do perfil "Riqueza em Dias").
Já no Facebook, Carol Dias é a única mulher que aparece no ranking do top 5, mas ela está em primeiro lugar entre os que mais se destacam. Na rede X (ex-Twitter) e no YouTube, porém, elas não aparecem entre os cinco maiores influenciadores.
Os rankings da Anbima levam em consideração três critérios de atuação nas redes —popularidade (quantidade de seguidores), engajamento médio (curtidas, comentários e compartilhamentos) e comprometimento (volume e constância de publicações)— e dois fatores relacionais (autoridade e articulação).
Confira abaixo os rankings de pessoas que são as maiores influenciadoras de finanças do país:
RANKINGS POR REDE SOCIAL
Rede social com o maior número de perfis de influenciadores de finanças
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Produtor de conteúdo
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Produtora de conteúdo
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Produtora de conteúdo
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Assessoria/corretora
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Especialista
X (ex-Twitter)
Rede social com o maior número de postagens de finanças
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Produtor de conteúdo
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Produtor de conteúdo
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Analista
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Especialista
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Especialista
YouTube
Rede social com o maior engajamento médio por publicação de finanças
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Investidor independente
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Produtor de conteúdo
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Analista
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Investidor trader
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Investidor trader
Rede social menos utilizada por influenciadores de finanças
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Produtora de conteúdo
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Produtor de conteúdo
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Investidor independente
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Especialista
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Produtor de conteúdo
RANKING GERAL
Dados cruzados de todas redes sociais
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Produtor de conteúdo
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Produtor de conteúdo
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Produtor de conteúdo
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Investidor independente
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Produtor de conteúdo
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Produtora de conteúdo
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Produtora de conteúdo
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Assessoria/corretora
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Produtor de conteúdo
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Investidor trader
MAIS QUALIDADE NOS CONTEÚDOS DE FINANÇAS
Desde o início do monitoramento da Anbima sobre os influenciadores de finanças, em setembro de 2023, a quantidade de perfis na internet desse segmento mais que dobrou —de 266 para 534— e a de seguidores cresceu 181% —de 74 milhões para 208 milhões.
A quantidade de publicações, porém, tem perdido força, e recuou 2,8% do primeiro para o segundo semestre de 2023.
Segundo o relatório do levantamento, esses números sugerem que os influenciadores estão primando por qualidade em seus conteúdos e estão conseguindo usar os algoritmos das redes sociais em seu favor, ao selecionar temas e abordagens que engajam a audiência.
Amanda Brum conta que esse movimento, em parte, tem também sido encabeçado pela própria Anbima, já que desde a primeira edição do monitoramento a associação abriu um canal de relacionamento próximo com os influenciadores que querem se destacar por meio de conteúdos qualificados e especializados.
"A gente começou a se relacionar com os influenciadores desde que a gente começou a lançar esse estudo [FInfluence]. E quando a gente fala com eles, a maioria pergunta como se diferenciar do todo. Porque é importante separar o joio do trigo. A gente sabe que tem muita picaretagem nesse segmento e eles querem se diferenciar disso", conta Brum.
Ela diz que, desde 2023, aumentou muito a quantidade de influenciadores que querem obter certificações e selos da Anbima para poder passar confiança para a sua audiência.
Somado a isso, Brum afirma que o mercado financeiro todo hoje em dia é associado à Anbima, então é importante para os influenciadores se adequar às normas de mercado para poder fazer parcerias com bancos, corretoras e instituições do setor.
Segundo a gerente da Anbima, vendas de cursos e parcerias com empresas do setor são o principal meio de receita da maioria dos influenciadores de finanças.
"E todas essas empresas são obrigadas a seguir as normas de mercado. Então, à medida que você vai ter que fazer parceria com alguém que te obriga a seguir as normas, você acaba se adequando. O que tenho visto é que, quem não se adequa, no curto ou médio prazo, vai desaparecer, vai minguar, porque não vai ganhar dinheiro via parcerias", afirma.
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