Musk rompe acordo sobre uso de carregadores da Tesla por concorrentes e causa revés para Biden

Elon Musk rompeu um acordo que a Casa Branca havia saudado no início do ano passado para que os carregadores de veículos elétricos da Tesla fossem utilizados por outros fabricantes de automóveis. A mudança causou revés na agenda de veículos elétricos do presidente Joe Biden.

Musk decidiu na última semana eliminar quase toda a equipe do Supercharger da Tesla, informou uma fonte familiarizada com o assunto à Bloomberg News na terça-feira (30). O CEO não confirmou publicamente a mudança ou ofereceu uma justificativa, mas disse que a empresa diminuirá a expansão de sua rede de carregamento.

Além de comprometer potencialmente parcerias em desenvolvimento com outros fabricantes de automóveis que procuram usar os carregadores da Tesla, a decisão de Musk pode prejudicar o impulso de EV de Biden no meio de sua campanha de reeleição. O provável candidato republicano, Donald Trump, atacou repetidamente os carros elétricos na campanha eleitoral e previu um "banho de sangue" para a indústria automobilística se não for eleito.

Créditos fiscais destinados a cultivar uma indústria doméstica de fabricação de EVs e baterias foram um elemento-chave do projeto de lei sobre clima emblemático de Biden, a Lei de Redução da Inflação. Sua administração também está distribuindo US$ 7,5 bilhões (cerca de R$ 39 bilhões) para carregadores de EV por meio de programas estabelecidos pela Lei de Infraestrutura Bipartidária, assinada durante seu primeiro ano no cargo.

"Na construção de nossa rede de carregamento de EVs, temos que garantir que o maior número possível de carregadores funcione para o maior número possível de motoristas. Para isso, @elonmusk abrirá uma grande parte da rede da @Tesla para todos os motoristas", escreveu Biden no que ainda era o Twitter, em fevereiro de 2023. "Isso é muito importante e fará uma grande diferença."

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A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, não quis comentar especificamente sobre as decisões da Tesla, mas apontou para o progresso que a administração fez em facilitar o investimento na infraestrutura de carregamento de veículos elétricos.

"Este é um mercado em evolução e competitivo onde várias empresas estão desempenhando papéis de liderança", disse ela. "Não é apenas uma empresa."

A redução da equipe do Supercharger da Tesla levanta dúvidas sobre se a administração Biden alcançará seu objetivo de construir uma rede nacional de meio milhão de carregadores de EVs. Entre os funcionários demitidos estava Rebecca Tinucci, diretora sênior de carregamento de EVs da Tesla e uma de suas executivas mais importantes. Ela desempenhou um papel principal na formação de parcerias externas.

As demissões deixaram fabricantes de automóveis como General Motors, Ford Motor e Rivian Automotive em uma situação difícil em um momento crítico —seus clientes estavam apenas começando a ter acesso mais amplo aos plugs da Tesla nos últimos meses.

A Tesla vinha construindo um considerável negócio de carregamento há mais de uma década. A BloombergNEF estima que a empresa entregou 8% da eletricidade de carregamento público demandada globalmente no ano passado. Antes da decisão surpresa de Musk, o pesquisador projetava que o lucro anual da Tesla com o Supercharging poderia chegar a cerca de US$ 740 milhões (R$ 3,84 bilhões) em 2030.

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